Vereador propõe reunião com Executivo para facilitar acesso a remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19 em Blumenau

Foto: CMB/arquivo

O vereador Jovino Cardoso Neto (SD) usou a tribuna para fazer uma manifestação direcionada para o o líder do Governo, médico Marcelo Lanzarin (Podemos), sobre o tratamento precoce, aquele com remédios sem eficácia comprovada no enfrentamento do Coronavírus em Blumenau.

Embalado pela visita do presidente Bolsonaro (sem partido) a Chapecó nesta semana, quando se montou um palanque político para tratar uma situação ainda muito grave e com pouca coisa para se comemorar, Jovino disse que a Câmara  precisa agendar uma reunião com o secretário de Saúde para tratar da grande quantidade de Cloroquina enviada pelo Governo Federal e que está nas prateleiras da rede pública municipal de saúde por falta de interesse da população.

Blumenau não proíbe estes medicamentos, apenas não adota eles como protocolo municipal, respeitando os responsáveis pela área e observando  o que qualquer entidade médica fala em todas as partes do mundo. Se algum médico, de algum AG ou ESF, entender que deve prescrever pode fazer, assim como os médicos da rede privada.

Muito se fala em politização da doença e quando parte da Câmara de Blumenau se movimenta neste sentido está fazendo isso, seguindo o que faz o presidente Bolsonaro. Seguindo a política e não quem é do ramo.

Não é só o vereador Jovino, mas colegas como Carlos Wagner, o Alemão (PSL), Marcos da Rosa (DEM) e Almir Vieira (PP) tem se manifestado neste sentido. Almir inclusive fez a solicitação, que foi aprovada, para a realização de uma audiência pública para tratar das medidas de enfrentamento a Covid, também com foco neste tratamento controvertido.

Na minha longa trajetória de jornalista, aprendi que para cada assunto eu precisava buscar as fontes mais habilitadas para falar sobre o determinado assunto. Sem desprezar outras fontes, mas era preciso perceber alguns critérios para qualificar as pessoas escolhidas. Estes passam por representatividade profissional e conhecimento, se não acadêmico , mas de vivência, além da relevância social e comunitária.

Neste momento, gastar energia com este tipo de coisa é contaminar um ambiente já contaminado, e não só com o vírus, mas com desinformação. Quem quiser tomar os remédios que não são indicados, tome, procure o médico que possa receitar.

Fala-se muito em liberdade para os médicos prescreverem estes medicamentos, por outro lado, não dá para obrigar os profissionais a receitarem uma medicação que não acreditam. Existem profissionais que trabalham na rede pública de saúde municipal de Blumenau que não se guiam pela politização e sim pelo que estudaram e aprendem todos os dias.

Vale lembrar que há um ano Blumenau foi uma das cidades que participou de um estudo nacional sobre a hidroxicloroquina, que não avançou por falta de comprovações científicas.

E para finalizar: nunca se automedique

5 Comentário

  1. Parabéns Alexandre, chega de eu sou Flamengo tu és Vasco, aqui é saúde pública, portamto vidas humamas e muita calma nesta turbulenta hora.

  2. ato médico não se discute, muitos desses senhores acima deveriam se preocupar e cuidar dos bairros, pq tem muita demanda p eles, Blumenau é referência em relação ao combate da pandemia, não metam o bedelho onde não sabem!!!

  3. Então quer dizer que se for no médico com dor de cabeça e ele der um remédio para dor de barriga eu vou ter que tomar? e rezar pra fazer efeito?

  4. Falta de o que fazer para alguns desses medíocres vereadores?

    Que tal então um macacão, umas ferramentas e fazer a limpeza do mato e tapar alguns buracos de várias ruas de nossa cidade?

    SANTA PACIÊNCIA!!!

  5. Quando vereador pede audiência pública para tratar de assunto de relevância , é porque não querem confrontar o executivo com medo de perderem seus carguinhos comissionados . Alguém já viu pedirem audiência pública para votarem aumento de salário ? Para indicarem cargos para o executivo ? Para votarem projetos de urgência pedido pelo executivo ?

    Foram eleitos para fiscalizar o executivo , mas é a única coisa que não fazem .

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