Paulo França e sua saída do governo Napoleão Bernardes

Foto: Portal FIESC.net

Conversei na tarde desta quinta-feira, 9,  com o ex-secretário de Obras da Prefeitura de Blumenau, Paulo França (PMDB?), talvez o secretário com mais bagagem política e administrativa do primeiro mandato de Napoleão Bernardes (PSDB).

Ele não fica no segundo mandato. Fragilizado politicamente no partido que comandou durante quase duas décadas na cidade, viu o prefeito entregar sua vaga para o grupo que controla o PMDB agora.

Foi convidado para assumir a secretaria de Planejamento, “numa demonstração de prestígio pessoal”, afirmou Napoleão para este jornalista na noite desta quarta-feira, depois do anúncio do secretariado, destacando que França “desembaraçou muita coisa na secretaria de Obras”

“Não cabe”, disse Paulo França. “Não vou para um lugar apenas para ocupar cadeira”.

Na conversa hoje, me disse que é preciso analisar sua saída por dois ângulos, o político e o administrativo.

No administrativo,  destacou sua atuação nestes quatro anos na secretaria de Obras. “Peguei uma secretaria envolvida em denúncias da Operação Tapete Negro e entrego ela estruturada, com uma previsão de investimento de mais de R$ 300 milhões”, referindo-se a financiamentos, convênios e recursos de emendas.

Prossegue. “Quando assumimos em 2013, viabilizei a engenharia política para obter os R$ 10 milhões necessários para a conclusão da Ponte do Badenfurt e agora, ao final do mandato, o financiamento de R$ 10 milhões para recuperar a Rua Bahia”.

Na área política, Paulo França diz: “o PMDB não estaria com Napoleão (na última campanha eleitoral) se não fosse minha participação”, lembrando que seu isolamento no partido aconteceu por defender a manutenção da aliança com o PSDB, enquanto a cúpula estadual forçava a candidatura própria a prefeito aqui. Junto com o senador Dalírio Beber (PSDB), acabou construindo o apoio em Blumenau em troca do apoio tucano na capital.

“Mas o prefeito fez sua escolha, valorizou o grupo que achou melhor”, disse o agora ex-secretário, referindo-se ao fato que Napoleão preferiu atender a reivindicação do presidente da Comissão Provisória Municipal do PMDB, Ericsson Luef, que emplacou Régis Evaloir da Silva na importante secretaria de Obras.

Além da disputa no PMDB, a saída de França representa também uma queda de braços velada no ninho tucano, entre a nova geração e a velha guarda.

O ex-secretário é muito próximo ao senador Dalírio Beber, que deve ser candidato a deputado federal no ano que vem. Os articuladores políticos de Napoleão Bernardes, Alexandro Fernandes e Jean Havenstein, são próximos a Ericsson, que também trabalha para chegar à Câmara dos Deputados.

Na política, neste round, os jovens levaram vantagem. E nos outros?

Na área administrativa, tenho receio que as importantes obras previstas para este segundo mandato possam ter o andamento prejudicado. Régis Evaloir tem competência para o cargo, mas Paulo França estava desatando todos os nós, como reconhece o próprio prefeito.

Tomara que a troca não signifique um retardo neste  processo.

Foto: Portal FIESC.net

 

 

 

4 Comentário

  1. eu particularmente vejo q o município perde com a saída do Paulo, foi secretario nas gestam Dalto,Renato,Decio,Napoliao, assim como dalirio na tesouraria ou Fasenda, esperiencia, conhecimentos em todo território de Blumenau, 30 anos de proficao nao é pouco, nao tem uma tubulação ou obra em Blumenau q o Paulo nao conheça, mudança as vezes é boa, mais tem q saber mudar. mud33p4poderes.

  2. Sempre ficava perplexo em como ele conhece cada canto da cidade, você fala o primeiro nome da rua e ele automaticamente completa tudo, até as mínimas características do local. Fantástico.

  3. Se a troca é boa , não sabemos dizer , mas ver empresario mexendo pauzinhos para colocar seus apadrinhados em cargos comissionados é algo vergonhoso .

  4. É importante a mudança nas administrações públicas, porém, considerando-se que o Sr. Paulo França tem feito um trabalho digno e honesto (que é raro na atualidade), e sendo o Sr. Napoleão reeleito, o ideal seria manter-se pelo menos nos postos que estão dando certo o seu ocupante, pois haveria menos desgaste e sem necessidade de mudança que com certeza o novo secretário irá promover, gerando mais custos e despesas desnecessárias.
    Rodolfo de Salvo

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