Opinião: quando perdemos a capacidade de pensar

“Na política enfrentamos a escolha entre, de um lado, agentes belicistas e amantes do Estado-nação a serviço de imensas corporações, e, de outro, serviçais arrogantes de grandes empregadores, paus-mandados epistêmicos e cegos aos riscos”. As palavras de Nassim Taleb martelaram na minha cabeça nesta semana de inflexão.

Quando ainda era um adolescente, aos 16 anos, minha primeira opção de curso superior foi relações internacionais. Por um destes acasos da vida fui escolhido por jornalismo. A verdade é que sempre estudei muito sobre política, política exterior, relações entre povos e a formação histórica do mundo. Fui voluntário em mais de uma edição de encontros bilaterais. Cheguei a iniciar em um processo de seleção para uma vaga na ONU, ainda em 2007, mas acabei desistindo. Tenho um prazer imenso em conhecer os detalhes dos países e o que compõem estas relações.

Ao longo da história, nossa evolução foi marcada por conflitos. Alguns de proporções imensas, outras vezes quase imperceptíveis. A modernidade chegou e a barbárie segue grudada em nossos calcanhares. Ainda não aprendemos a superar as divergências com palavras. Socos, pontapés, tapas, bombas, e toda força vencem o pensamento, o diálogo e interesse conjunto.

Embora nenhuma briga ou guerra possam justificar e valer o sofrimento de perder uma vida, insistimos repetidas vezes neste caminho. No limite de tudo, perdemos a capacidade pensar.

Como exemplo, o conflito militar desta semana. Muitos que falam sobre o assunto são incapazes de apontar em um mapa a localização da Ucrânia. Mas, seguem emitindo as mais diversas opiniões que geram ansiedade, estimulando outros problemas para sociedade. Menor é o número de pessoas com conhecimento sobre o que existe nos dois países, como eles funcionam, as organizações histórias e suas relações. O impossível é conseguir adivinhar o que pretendem os líderes das maiores potencias belicas da europa para hoje e amanhã.

Perdemos a capacidade de pensar. De olhar para o horizonte lembrando que em relações de interesse entre nações não existem bons e/ou maus, existem o poder, o dinheiro, as riquezas do território que interferem na humanidade. Em momentos de guerra, a empatia vai para o ralo e a popularidade do lider da nação costuma crescer. Afinal, uma pátria só é justifica em sua existência por garantir proteção para o seu povo.

E assim seguimos. Torcendo! É o que resta: esperar que o mundo volte a respirar, pensar e desligar os tambores de guerra.

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