O (não) querer é poder?

Fotos: reprodução

A frase certa é “querer não é poder”, do poeta português Fernando Pessoa, mas que no Brasil muita gente usa ela como “querer é poder”, carregada de apelo motivacional.

Eu vou usar mais uma variação para escrever sobre dois nomes que pessoas tentam colocar no tabuleiro pré-eleitoral de Blumenau, mas que dizem não ter interesse, pelo menos neste momento, faltando pouco mais de 11 meses para a eleição e nove meses para as convenções partidárias que carimbarão as candidaturas.

E são dois nomes com bom potencial eleitoral, apesar de novatos nas disputas. Me refiro ao deputado estadual Egidio Ferrari, ainda no PTB, mas com os dois pés no MDB, e a Patrícia Lueders, que, em tese, está fliada ao Podemos.

Patrícia tem sido citada como a candidata do governador pelo PL. Secretária-adjunta da Educação, tem circulado ao lado de Jorginho Mello (PL) em eventos na cidade, mesmo os não relacionados com a sua área, educação. Diz que não quer ser candidata, afirmando que seu projeto é permanecer na educação, onde é cotada por muitos para assumir a titularidade em breve. Garante não ter  falado com o governador sobre candidatura, que quando surge são em tom de brincadeira, mas também não fecha as portas se caso o convite venha, pois garante que seguirá a orientação de Jorginho.

Recentemente, chamou a atenção a ida dela ao aeroporto Quero Quero para recepcionar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ato, que reuniu a maioria das lideranças políticas da região, foi um claro marketing político em meio a enchente do ex-presidente e de muitas lideranças presentes.

Outro que diz não querer, mas talvez não lhe reste opção, é o deputado de primeiro mandato Egidio Ferrari. Em entrevista para o Informe e para outros colegas sempre diz que ainda é cedo para tentar uma candidatura à Prefeitura, quer cumprir até o fim seu primeiro mandato, afirmando que tem outras eleições pela frente. Mas também repete a metáfora que muitos usam para ele, do “cavalo encilhado só passa uma vez”, avaliando que talvez não tenha momento melhor.

Sua ida ao MDB não é a toa, articulada pela bancada de deputados estaduais e o presidente Carlos Chiodini, deputado federal. Uma eventual candidatura dele tiraria o partido, ainda o maior na cidade em numero de filiados, do ostracismo político que vive há mais de uma década, pelo menos. Motivaria a formação de uma nominata de vereadores competitiva – hoje o partido não tem vereador na cidade – e tornaria a sigla atraente para alianças.

Ou seja, talvez o “não querer é poder”. Os dois não fecham as portas para as circunstâncias da política e podem sim se tornarem novidades na eleição em Blumenau.

1 Comentário

  1. Eles(todos) falam aquilo que serve ao momento…..ou seja, igual nota de R$ 3,00.

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