Mais um feminicídio e a constatação que vem da Internet

Como o Informe Blumenau deixa claro, não tratamos de assuntos policiais e trânsito, por questões editoriais. Portanto, ao tomar conhecimento de mais uma feminícidio, nesta sexta-feira na cidade de Indaial, só temos a lamentar a morte de mais uma mulher, uma jovem de 32 anos, mãe de duas crianças. O crime foi cometido pelo ex-marido, de 40 anos, na casa dela. Ele se matou em seguida.

A notícia foi dada pelos principais portais da região e repercutiu muito nas redes sociais, com um sentimento de comoção, dor e até uma certa revolta pela barbaridade cometida, normais numa situação como esta.

Mas, por incrível que pareça, numa rápida pesquisada no Facebook de dois portais, é possível perceber como uma situação extrema como esta é “normalizada” por algumas pessoas, que vem na vítima uma carga de culpa.

Os questionamentos são no sentido que ela estava separada há três meses e já estava com outra pessoa, um namorado, e que a presença dele na casa teria sido o estopim para o comportamento do assassino.

“A mulher estava separada há dois meses e coloca um homem para dentro de casa”, “muito cedo para colocar outro em casa com seus dois filhos”, “na minha opinião devia dar um tempo para colocar outro em casa”, foram alguns comentários feitos por mulheres.

Por homens – podemos chamar assim? -,  algumas aberrações, seguem duas que li: “Nada justifica tirar a vida, mas a mulher tinha necessidade de colocar um macho em casa” e “dois meses e já botou um “macho” em casa com dois filhos, não podia ter esperado um ano ou dois?”

É uma minoria sim, mas representativa. Estes são os que perdem qualquer noção de humanidade, que verbalizam, mas existem muitos outros, silenciosos. Que muitas vezes, quando se manifestam, agridem e até matam.

Não é mimimi! Mas prefiro encerrar com a manifestação prioritária.

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