Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, redução da Selic não atende às necessidades dos pequenos negócios

Foto: Agência Sebrae de Notícias

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira, 2, o primeiro corte na taxa básica de juros (Selic) no período de três anos. Com a redução de 0,5 ponto percentual, a nova taxa Selic passa a ser de 13,25%. A medida vai ao encontro de uma demanda geral do governo e dos empresários, mas ainda é um patamar considerado insuficiente para aqueles que enxergavam nos indicadores da economia espaço para uma redução mais significativa.

É o caso do presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima (PT), que considera ao patamar ainda elevado da taxa de juros como uma falta de sensibilidade para com os donos de pequenos negócios no Brasil.

“A economia brasileira tem respondido positivamente. O país teve o quarto maior crescimento do PIB no primeiro trimestre entre todas as economias globais. Somamos um volume de US$ 166,5 bilhões em exportações, com superávit de US$ 45,5 bilhões, o maior da nossa história. Além disso temos mantido, de modo consistente, a retomada dos empregos formais”, comenta Décio Lima.

Nesse contexto, segundo o presidente do Sebrae, é injustificável que os donos de pequenos negócios tenham de tomar empréstimos com uma taxa de juros tão elevada. “O empreendedor precisa ter acesso a crédito a um custo viável para poder investir e ajudar o país a retomar o crescimento. Mas, com as condições atuais, é pegar um empréstimo para falir ou quebrar amanhã”, avalia.

Dados de um levantamento do Sebrae, feito em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que 63% dos pequenos negócios tinham dívidas ou empréstimos no último mês de abril, sendo que pouco mais da metade dos empreendedores (52%) tinham 30% ou mais do seu custo representado pelo pagamento dessas dívidas.

“Os pequenos negócios têm respondido por 7 em cada 10 novas vagas de empregos formais e contribuem diretamente para a vida de 85 milhões de pessoas, um contingente maior do que a população de países como França, Reino Unido, África do Sul e Argentina”, comenta o presidente do Sebrae. “Com essa importância para a economia, as MPE precisavam ter assegurado o acesso a taxas de juros mais favoráveis e que não representassem um risco futuro à saúde financeira das empresas”, avalia.

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