Opinião: figuras públicas e a responsabilidade nas falas

Há umas duas semanas, em uma coluna que fiz aqui no Informe, escrevi sobre o Holocausto e dos 77 anos desde a libertação das vítimas. Por um acaso o assunto sobre o regime nazista veio mais à tona nesta semana, quando o influenciador digital e apresentador do podcast Flow, Bruno Aiub, conhecido como Monark, defendeu a criação de um partido nazista reconhecido por lei.

A declaração de Monark provocou revolta na internet. Depois disso, ele usou as redes sociais para se desculpar, alegando que estava bêbado durante a entrevista. Olha a falta de responsabilidade de uma pessoa que se comunica com milhares de pessoas. Não demorou muito para essa fala encorajar outros cidadãos a despejarem o discurso de ódio e fazerem comparações ridículas sobre Hitler e o nazismo com comunismo e socialismo. Justificativas para uma atitude injustificável com o objetivo de defender a tese do apresentador. Isso é um absurdo. É inaceitável!

Liberdade de expressão é diferente de discurso de ódio! Vamos lá: não existe liberdade de expressão em uma regime nazista. Um amigo meu, que é judeu, disse e penso que vale a pena trazer pra esse texto como forma de indignação e reflexão: “defender a existência de um partido nazista com a justificativa de que idiotas seriam identificados beira ao ridículo, até porque o Brasil está cheio de idiotas já identificados que são eleitos políticos“. A intolerância mata todo dia alguém bom. A democracia é o único regime aceitável!

Apologia ao nazismo é crime no Brasil! Em caso de condenação, a pena é de multa e prisão de dois a cinco anos. O Ministério Público de São Paulo, inclusive, está apurando esse caso. Ultimamente o brasileiro tem que matar mais que um leão por dia e é triste pensar que mesmo com todos os fatos, acesso à informação e com aulas sobre a história, tenhamos que conviver com gente que pensa exatamente assim. Já dizia um ditado que “há dez pessoas numa mesa, um nazista chega e senta – e nenhuma pessoa se levanta –  então existem onze nazistas na mesa.

Eu não vou passar pano pra tamanha desumanidade. É preciso se posicionar, repudiar, mostrar e lutar! Lamento que esse “comunicador”, que tem mais de meio milhão de seguidores nas redes, não soube aproveitar com consciência, sensatez e seriedade o uso do microfone. Se esse “comunicador” usasse o mesmo empenho que teve pra defender o nazismo para informar e dialogar com verdade, sem dúvidas estaríamos agora discutindo passos melhores e maiores para a evolução de muitas pautas.

 

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