Opinião: com o pé esquerdo

Foto: reprodução/George Gianni/PSDB

Ex-assessor do filho é preso na casa do advogado da família, o ministro mais “radical” pediu as contas. No Supremo, aliados seguem sendo investigados por suspeita de integrarem uma rede de disseminação de fake news.

Fabrício Queiroz, ex-assessor do agora senador Flávio Bolsonaro, foi preso em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP) com o apoio da Polícia Civil de São Paulo.

Em um relatório do “falecido” Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foram encontrados movimentações atípicas nas contas de 75 servidores e ex-servidores de 22 gabinetes de deputados do estado do Rio de Janeiro.

Entre os assessores, Queiroz, que de acordo com o relatório, teria movimentado R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Segundo o órgão, número incompatível com os R$ 23 mil dos seus rendimentos mensais.

Com essas informações, o MP abriu investigação contra Queiroz e Flávio.

O Coaf também identificou saques em dinheiro no total de R$ 324 mil, e R$ 41 mil em cheques compensados na conta de Queiroz. Um dos cheques (de R$ 24 mil), foi recebido pela primeira-dama, Michele Bolsonaro.

Na época, Jair Bolsonaro disse que Queiroz era um amigo de anos, e que havia ajudado porque o ex-assessor estava com problemas financeiros.

A partir disso, troca de elogios, entrevistas, sumiço, afastamento, suspensão de inquérito, retomada e a prisão na casa de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro e que esteve nesta quarta-feira, 17, na posse do novo ministro das Comunicações.

Conseguirá Bolsonaro afastar mais uma vez essa figura do seu governo?

E se não for possível, o governo como um todo bancará essa figura?

Agora faltam as explicações!

Abraham Weintraub anunciou a saída do Ministério da Educação, talvez por ter se tornado mais bolsonarista que o próprio Bolsonaro ou por não ter feito nada de relevante na área, lhe restando na saída apenas um abraço constrangido.

Weintraub no Banco Mundial? Rodrigo Maia não concorda. O parlamentar disse em entrevista que a indicação – se ocorrer – é por desconhecimento do seu passado no Banco Votorantim.

A sua saída foi cortina de fumaça para abafar a prisão do Queiroz? Não importa mais, o que se descortina cada vez mais é que as palavras de campanha do grupo que está no poder não são tão mitológicas assim.

Por sua boa rede de informações – como já disse publicamente que existe -, Bolsonaro deveria ter o conhecimento prévio de que o dia seria um daqueles que começam com o “pé esquerdo”.

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