Opinião: caiu fazendo “arminha”

Foto: reprodução

Acabou a relação, Sérgio Moro deixou o governo.

Moro que chegou com status de “superministro” – junto com Paulo Guedes, da Economia – foi uma espécie de “carta ao povo brasileiro” do presidente Jair Bolsonaro. Um crédito dado por boa parte da opinião pública ao novo governo, pela nomeação de um ministro técnico, alinhado com a justiça, herói da anticorrupção.

Recebeu a promessa de carta branca, mas acabou jogando muito pouco.

Em sua saída, deixou claro a tentativa do presidente em interferir na sua pasta para abafar os problemas judiciais dos filhos.

Inclusive um pedido para que a autonomia da Polícia Federal fosse alterada. Principalmente sobre os inquéritos no Supremo Tribunal Federal.

Afirmou que o presidente queria alguém no comando da PF para quem pudesse ligar e pedir acesso à relatórios de investigações.

Disse claramente que Bolsonaro está aparelhando a instituição.

Moro não assinou a exoneração do chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, publicada pelo governo no “Diário Oficial da União” desta sexta-feira, 24.

Em sua saída, ainda admitiu que a sua interferência na troca do comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro foi a pedido pessoal do presidente.

Graves acusações!

A saída do ministro é a continuação do desmonte das bases que elegeram Bolsonaro, que se isola cada vez mais e tenta dar uma cara mais “pura” ao seu governo. Sem amarras.

A ideia é que todos os comandados estejam alinhados aos pensamentos do presidente.

Com o descolamento do lavajatismo – que deve se tornar uma força política declarada, independente e centrada no Moro -, resta apenas como apoio ao bolsonarismo, principalmente, a ala mais “ideológica/religiosa”.

Moro saiu, mas o veremos em breve – talvez mais do que no período que esteve no governo -, seja explicando as acusações feitas no discurso da sua demissão, seja nas eleições de 2022.

Caiu, mas caiu fazendo “arminha”!

1 Comentário

  1. Não importa a linha ou origem “ideológica/religiosa”
    Deus põe, Deus tira…
    Vários reis ímpios na história de Israel, Deus permitiu subir e cair do trono!

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