Opinião | Blumenau sob a mesma bandeira: a oportunidade perdida de Egidio Ferrari

Foto: Marcelo Marins/PMB/Reprodução

As eleições municipais de 2024 em Blumenau trouxeram consigo a expectativa de continuidade. Com a vitória de Egidio Ferrari, muitos acreditavam que a administração seguiria o mesmo rumo trilhado por Mário Hildebrandt, sem grandes mudanças ou rupturas. Contudo, o que se revelou nos primeiros dias de gestão foi a reafirmação de práticas que pouco dialogam com as demandas mais urgentes da cidade.

Entre essas demandas estão problemas históricos que afetam diretamente a qualidade de vida da população. O fornecimento de água continua marcado por falhas no abastecimento e pela insuficiência de investimentos em infraestrutura. O transporte coletivo enfrenta desafios como tarifas elevadas e qualidade precária do serviço. No atendimento à saúde, a falta de médicos e filas intermináveis para consultas e exames seguem como um obstáculo para milhares de famílias. Além disso, a cidade clama por mais inovação, desenvolvimento econômico que valorize pequenos empreendedores, políticas habitacionais inclusivas e acessíveis, e uma gestão pública mais eficiente que ofereça soluções concretas para esses problemas.

Egidio Ferrari chegou ao cargo com o apoio do mesmo grupo político que sustentou Hildebrandt, o que já indicava que sua gestão dificilmente traria mudanças significativas. Ao manter as mesmas figuras ocupando posições-chave na administração, Ferrari reforçou a ideia de continuidade e demonstrou pouca disposição para imprimir uma identidade própria em seu governo. A nomeação dos secretários e do segundo e terceiro escalão da gestão municipal nesta semana, por exemplo, caracteriza claramente a mesmice e a falta de uma visão distinta para a cidade, reforçando a sensação de que a gestão de Ferrari segue um caminho já trilhado, sem grandes inovações ou renovação nas políticas públicas.

A falta de uma visão de mudança tem reflexos diretos nas áreas críticas da cidade. A gestão Ferrari perdeu a oportunidade de abordar questões estruturais de forma mais eficaz, o que deixa a população com a sensação de que Blumenau está presa aos mesmos problemas de sempre, sem perspectiva de soluções concretas. O fornecimento de água, o transporte coletivo e a saúde continuam a ser gargalos que demandam urgência, e ao optar por seguir o caminho da continuidade sem questionamentos ou inovações, Ferrari deixa de ser a liderança transformadora que a cidade necessita neste momento.

Éder Lima, servidor público municipal de Blumenau/Presidente do PSOL em Blumenau

5 Comentário

  1. Perdemos a oportunidade de melhorar Blumenau, tanto no executivo quanto no legislativo. Mudaram as latas…

  2. Entendi agora o porquê das críticas!!

  3. Já se sabia ainda antes das eleições de que Egídio seria um espécie de panfleto de propaganda da velha administração “Mário”. A vitória eleitoral com apenas 1,50 % de vantagem demonstra nitidamente de que uma grande parte dos eleitores sequer acreditava nas promessas eleitorais, aqueles que praticamente resolveram todos os “pepinos” da cidade.
    Mas sabemos que “papo de político” é bom para ingênuo…. é ele que acredita.

  4. Enquanto pautas ideológicas e “polêmicas” fora usadas como cortina de fumaça para implantação de políticas que favorecem apenas alguns grupos seletos da cidade; teremos uma administração municipal igual a todos os anos anteriores: retrógrada, reacionária e, o mais preocupante, NADA pautada nas melhorias estrututais e fundamentais que irão de fato impactar positivamente na vida do cidadão médio blumenauense.

  5. 13 días de governo e o povo se quer mudança significativa, é meio que impossível isso, até porque boa parte dos servidores estavam de férias coletiva, e muitos ainda continua de férias, sugiro aguardar pelo menos um semestre né gente

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