O rabugento digital

Ilustração Stock Fonte:http://pt.depositphotos.com/

Segunda-feira a noite, dia 31 de outubro, ressaca eleitoral. Zapeando a televisão, buscando desopilar, vejo que tem entrevista com o Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé, dois grandes pensadores brasileiros da atualidade, o primeiro historiador, o segundo filósofo. Claro, só poderia ser na TV Cultura.

O debate era sobre o relacionamento e a comunicação na Internet. Os entrevistadores eram chamados de “influenciadores digitais”.

Sou “moderninho”. Acompanhei a transmissão do programa pela televisão, mas com o notebook na frente. A cada “influenciador digital”, todos jovens, eu pesquisava no youtube para saber quem era. Os vídeos deste povo “novo”, conhecido como “youtuber”, variam entre 25 mil e mais de 200 mil exibições na internet.

Uma audiência e tanto. Olhei os vídeos e fiquei pensando os motivos de tanta “influência”. Achei bacana, com boa vontade, mas não consigo colocá-los no patamar de “influenciadores”. Reflexo dos novos tempos.

Ou será que são? Ouvi jovens falando para jovens sobre questões para jovens.

Que tipo de influência falamos?

Estudo, pesquiso e tento acompanhar esta revolução na comunicação ( e no mundo) provocada pela tecnologia. Mas confesso que muitas vezes não entendo. E lamento.

Sim, sou um rabugento digital.

Ilustração Stock Fonte:http://pt.depositphotos.com/
Ilustração Stock
Fonte:http://pt.depositphotos.com/

O Roda Viva é um programa que nem eu, quase um dinossauro. Traz muitos temas e entrevistados interessantes semanalmente, com uma audiência pequena. Mas me influencia, traz conteúdo relevante, pelo menos para mim. E busca inovar, como fez nesta segunda-feira, trazendo estes dois pensadores contemporâneos e vários jovens com visibilidade digital.

Uma parte bacana foi, quando acabou a transmissão pela televisão, o programa seguiu pela internet, com pergunta de quem acompanhava nas redes sociais para todos, os entrevistados até então e os entrevistadores.

Aí deu para entender mais as diferenças de conteúdo entre os representantes dos dois lados, que não concorriam entre si, mas mostrava o abismo entre minha geração e a que está aí. Nenhuma melhor, superior que a outra.

Mas diferentes. Tomara que complementares.

O Roda Viva tem um canal no Youtube, onde assisti a parte final ao vivo. Em breve a reprise do programa estará e você poderá conferir. Vale a pena.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*