O caso do gerente da Faema preso e a “mea” culpa que os políticos devem fazer

Sei que vou me incomodar com esta postagem, mas a prisão em flagrante do gerente de Fiscalização da Faema, cargo Comissionado na Prefeitura, exige uma reflexão de nossa classe política, em especial, na relação entre administração municipal e vereadores.

Acontece em tudo quanto é lugar, mas o caso aconteceu em nossa aldeia, Blumenau e mostra que o caráter técnico, que devia permear estas indicações, é deixado de lado pela indicação de um padrinho.

A indicação de Carlos Alberto Gonçalves é do PP e ele aparece em algumas fotos ao lado do vereador Almir Vieira, do mesmo partido. Foi a política de acomodações da administração Mário Hildebrandt (sem partido) que o trouxe para o Poder Público, uma política que começou no segundo mandato do ex-prefeito Napoleão Bernardes (quase no PSD).

Os dois lados tem responsabilidade.

Uma simples pesquisa na folha corrida deste cidadão seria possível constatar que ele responde por outros crimes, como tráfico de drogas e porte ilegal de armas, veja aqui.

Não é o mesmo caso deste gerente preso tentando extorquir pequenos empresários, que praticou um ato criminoso, mas existe uma gama de indicações que ocupam cargos na Prefeitura – e também na Câmara Municipal – sem a mínima qualificação para os cargos onde estão. Eu, sem pesquisar muito, conheço uns 20, tanto no Executivo quanto no Legislativo, em cargos de segundo, terceiro e quarto escalão.

A administração municipal se orgulha – e isso é verdade – que a maioria dos secretários municipais são técnicos, pessoas que tem aderência com as pastas que lideram.  Mas já ouvi de muitos destes secretários reclamações sobre indicações que tiveram que engolir nas suas respectivas áreas e como isso atrapalha o andamentos dos serviços.

É verdade também que a Prefeitura exonera imediatamente quando acontecem situações como a de sexta-feira, mas deveria trabalhar para que elas fossem evitadas, com critérios mais rigorosos de seleção

Se temos que aceitar esta barganha política, pelos menos que ela seja realmente efetiva para o bem do cidadão, que é quem paga o salário de todos.

Tem muito servidor comissionado que trabalha muito e merece o salário que recebe, a grande maioria. Gente técnica, competente, que foi indicada por político A ou B. Eles também estão incomodados e são os primeiros que sonham com uma depuração no sistema.

Que fique a lição.

3 Comentário

  1. Infelizmente ainda ocorrem estas situações, indicações de cabos eleitorais, suplentes, para ocuparem cargos comissionados em áreas técnicas sem a preocupação do caráter técnico que o cargo possa exigir.
    São chefes, diretores, que sequer sabem fazer um ofício, um simples memorando.
    Desta forma nivelam os servidores, que são “comandados” por pessoas especialistas em angariar votos para o partido ou para o padrinho, em detrimento a meritocracia, essencial para o serviço público de excelência.
    Pelo fim de indicações políticas!

  2. Simples , “Diga-me com quem andas , que te direi quem és ” .

    Caráter , dignidade , hombridade , responsabilidade , são palavras que são encontradas no dicionário , mas muitos jamais leram . Vergonha , mas agora vamos ver o que os vereadores vão fazer , vamos ver se irão falar quem indicou a pessoa para gerente , vamos ver quem é o joio e o trigo neste legislativo blumenauense .

    E não me venham os vereadores com discursinhos moralistas , dizer que o povo só critica os vereadores , que quem critica deveria fazer algo pela sociedade , que deveria ser candidato a vereador , etc..etc… Foi candidato , foi eleito , respeite pelo menos a dignidade de quem votou .
    Chega de acobertar vagabundos , chega de MIMIMIMI , queremos ver quem é quem neste lamaçal .

  3. Parabéns pela publicação..sou funcionária publica a 30 anos e jamais concordei q vereadores indiquem pessoas próximas a cargos de Grande porte como fiscal..vergonha a quem indicou…

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