Negociação entre Servidores e Prefeitura 2016: o gato subiu no telhado

Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau

“Não temos como fazer milagre”, qualquer reajuste neste ano difícil é complicado”, ” teremos que fazer malabarismo para chegar ao final do ano”

As expressões acimas ouvi do secretário da Fazenda Alexandro Fernandes,  logo após a assembleia onde os servidores públicos municipais aprovaram a pauta da campanha salarial 2016, antecipada em um mês por conta do calendário eleitoral.

A pauta apresentada pelo comando do Sintraseb para os pouco mais de 700 servidores que enfrentaram uma sensação térmica superior a 40 graus nesta quinta-feira, 18, pede principalmente o envio do plano de cargos e salários da Saúde para o Legislativo, pagamento integral da hora atividade para o magistério, além do pagamento da avaliação de desempenho, entre outras questões menores. Tudo que já estaria apalavrado entre o sindicato e os representantes da mesa de negociação permanente criada pela Prefeitura. Em outros tempos.

Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau
Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau

Mas o principal sempre é a questão salarial. O previsto na negociação feita em 2014 é a reposição do INPC e mais 1%, mas este condicionado ao aumento da receita.

Aí o gato sobe no telhado ou se coloca o bode na sala. Não sei a razão destas expressões, mas é o que me ocorre para ilustrar o que pode acontecer daqui para a frente.

 Ano atípico

O Informe Blumenau já fez algumas reportagens mostrando o ano difícil para os cofres municipais, com a queda de arrecadação por conta da crise econômica e da injusta divisão do montante de impostos arrecadados no país, com a concentração no Governo Federal e migalhas para os Municípios.

Foi nesta linha que ele, braço direito e fiel escudeiro do prefeito Napoleão Bernardes (PSDB),  usou as expressões que abri esta reportagem, deixando claro que falava de uma forma muito preliminar, que seria preciso analisar a pauta como um todo e tomar uma decisão de governo.

Deixou claro que será difícil pagar a reposição cheia, pretendida pela categoria. “Estamos acompanhando a situação em outras cidades, do estado e do país, oferecendo 4%, 7% de reposição”, afirmou o secretário apontando queda de 7% da receita de 2015 em relação a 2014, e outros 7% no ano anterior. Destacou que a crise atinge tanto o setor público quanto o privado.

Terá força?

O recado do comando do sindicato na assembleia foi claro: a Prefeitura tem que atender a pauta,  já acertada segundo o Sintraseb,  até 9 de março, a data da próxima mobilização na antiga da Praça da Figueira.

Caso contrário, greve.

Vai precisar mobilizar mais a categoria. O ano não é bom.

Confira a fala da coordenadora geral do Sintraseb.

 

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*