Gestores da Glória falam sobre a intervenção: “Destruíram a empresa”

Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau

No fim da manhã desta terça-feira, 8, fui recebido pela cúpula da Empresa Nossa Senhora da Glória. O proprietário José Eustáquio Urzedo, o sócio minoritário, Humberto Sackl, o Betinho, além de um diretor e dois consultores. Fui ouvir deles a situação do transporte coletivo, a posição sobre a intervenção e o futuro.

Começarei pela intervenção. Segundo os responsáveis pela Glória, a Prefeitura entregou a empresa pior que encontrou e não permitiu que nenhum dirigente acompanhasse o processo. O diretor e os consultores inclusive foram demitidos, pelo correio. Ao contrário do Consórcio Siga, onde, apesar da intervenção, o gestor Valdoir Perini teria permanecido no cargo. “Quando da intervenção, deixamos com R$ 412 mil em caixa, o vale alimentação (R$ 459 mil) e 35% dos salários pagos e praticamente toda a frota rodando. Recebemos com a conta negativa, 31 veículos na oficina (a média são 8 parados) e 25 apreendidos (foram 27, mas dois não estavam circulando)”, reclamou Eustáquio.

Em resumo, são 56 ônibus a menos da Glória circulando nesta semana.

A primeira coisa que fizeram questão de esclarecer, inclusive apresentando documentos, foi sobre a apreensão de 27 ônibus na última sexta-feira, 4. Segundo os representantes da empresa, a responsabilidade é total da Prefeitura. Apresentaram um e mail do banco Volkswagem ao interventor Jardel Range, no dia 23 de novembro, onde dava aquela semana para tentar achar uma solução. Havia um boleto de R$ 119 mil a ser pago no dia 11 de novembro, 3 dias depois da ação da Prefeitura. Eustáquio e os gestores da Glória garantem que a Prefeitura sabia da dívida e deixou a situação chegar aonde chegou. “Como poderíamos fazer algo se estávamos fora da empresa?”, questionaram os gestores.

Coincidência ou não, no mesmo dia que os ônibus foram apreendidos por falta de pagamento, causando problemas e indefinições para os usuários, o Município anunciou o fim da intervenção.

Segundo Eustáquio, o filho dele está buscando negociar a situação dos ônibus apreendidos e a expectativa é resolver o problema rapidamente. Com relação aos veículos em manutenção, o sócio Betinho tem a tarefa de fazê-los voltar a funcionar o quanto antes.  Ele retornou à empresa em novembro de 2014, depois de uma auditoria feita a pedido de José Eustáquio. “Comprei com a informação de um passivo de R$ 83 milhões e  constatamos ser de R$ 118 milhões, R$ 35 milhões a maior. Chamei o Betinho de volta para me ajudar a colocar a casa em ordem”, afirmou o empresário com experiência de 45 anos em transporte coletivo.

Nestes 26 dias de intervenção, foram feitos dois empréstimos em nome da Glória, sem a presença dos gestores. Um de R$ 770 mil no dia 12, para o pagamento dos salários atrasados. E outro, no fim da semana que passou, de R$ 992 mil, para pagar o salário de novembro, com o reajuste aprovado na convenção coletiva. O primeiro papagaio foi pago, o segundo está sendo pago. Hoje a Glória só fica com os valores arrecadados nas catracas, cerca de 30% da receita. O restante vai direto para a Blucredi, que fez o financiamento.

“Destruíram a empresa”, “Não sabiam o que estavam fazendo”, “Não entendemos a postura da Prefeitura”, foram afirmações feitas no encontro de hoje pela manhã a respeito da intervenção feita pelo Poder Público.

Em uma próxima postagem, escrevo sobre o que me apresentaram da situação econômica do sistema e o que farão para reverter a situação.

Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau
Foto: Alexandre Gonçalves/Informe Blumenau

1 Comentário

  1. Kkkkkkkkkkk

    Esse cara é um fanfarrão… Tão a seis meses sem pagar salário. Não pagam impostos, ele mesmo diz que devem mais de 100 milhões e agora quer se fazer de vítima… Com certeza tá arrumando desculpa pra não pagar o 13o… O povo vai se fu de novo, devolveram a empresa pro bonitão e não vão pagar o salário… Olha a greve aí de novo Blumenau!

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