A frágil maioria do Governo Napoleão na Câmara Municipal de Blumenau

A reeleição de Napoleão Bernardes (PSDB) foi consagradora. Recebeu mais de 104 mil votos, 57, 56% dos voto válidos, batendo pela segunda vez o deputado estadual Jean Kuhlmann (PSD)

A aliança em torno do projeto tucano contou com 12 partidos. Logo após a eleição, o PR bandeou-se para o amplo ninho.

De novembro até março a Prefeitura preocupou-se em fazer uma ampla engenharia política, inclusive atrasando a montagem da equipe do segundo mandato em nome da segurança, da “governabilidade”.

Você lembra, a definição da equipe se deu em meados de fevereiro e março deste ano.

O Governo Napoleão teve atuação decisiva na eleição da Mesa Diretora da Câmara e na escolha dos nomes das diversas comissões do Legislativo

Todos os partidos da base foram contemplados com cargos na administração municipal e até aqueles que não são do arco de aliança.

Todo esta articulação política mostrou-se frágil  no primeiro embate mais forte na Câmara. A administração Napoleão foi obrigada a engolir uma CPI para investigar a concessão de esgoto em Blumenau.

A Prefeitura “não tem nada a esconder”, podem afirmar. Mas todos sabem o impacto de manter este assunto vivo, em especial depois da delação do executivo da Odebrecht que colocou Blumenau no foco da Operação Lava Jato.

O algoz foi Jovino Cardoso Neto (PSD), ex-vice-prefeito do próprio Napoleão, que conseguiu primeiro as assinaturas do petista Adriano Pereira (PT), do colega de partido Gilson de Souza e de Alexandre Caminha (PROS). No dia seguinte, os vereadores da base, Bruno Cunha (PSB) e Ricardo Alba (PP) também assinaram, garantindo uma assinatura a mais que a necessária para a CPI ser protocolada.

Depois, a Prefeitura “liberou” a base para votar. Ato contínuo, os 15 vereadores assinaram, fato inédito no Poder Legislativo, que parece dominado por parlamentares de oposição.

Sim, a força governista deve prevalecer nos próximos passos, mas o estrago político já foi feito.

Em resumo.

A “ampla” maioria na Câmara revela-se frágil. Adriano Pereira e Jovino Cardoso são claramente oposição.

Jens Mantau, Alexandre Mathias e Sylvio Zimmermann (todos PSDB), Marcos da Rosa e Becker (DEM) são situação.

Alexandre Caminha, Gilson  de Souza, Bruno Cunha e Ricardo Alba enquadram-se como independentes. Marcelo Lanzarin também tem uma postura independente, mas até agora preocupa-se mais em questionar o PT.

Zeca Bombeiro (SD), Almir Vieira (PP) e  Ito (PR) hoje estão na aliança governista. Mas já estiveram do outro lado, ou seja, caminham de acordo com o terreno.

Veremos os próximos capítulos.

 

4 Comentário

  1. Aprendi uma frase importantíssima para quem milita na política.

    Ei-la:

    Na política não há amigos, mas conspiradores que se unem. (Victor Lasky).

    Senhores vereadores:

    Nenhum Napoleão Bernardes os amará para sempre!

    Nenhum Jovino Cardoso Neto amará o Marcos da Rosa para sempre!

    Nenhum Bruno Cunha amará o Ricardo Alba para sempre!

    Por isso, senhores vereadores, é muito melhor vocês amarem os vossos filhos e netos.

    Construam Blumenau para eles.

    O Napoleão Bernardes já é bastante crescidinho…

    Sobre os “partidos da base ” que o Sr. Alexandre Gonçalves, patrono deste jornal refere, permitam-me repetir parte de um comentário que postei por estes dias:

    Aqui vai:

    Vocês são “base”, mas têm cérebro, também!

    Por isso, quando forem convocados a alguma reunião de Governo ou de Diretório, por favor, levem sempre o vosso cérebro junto a vocês.

    Não o deixem em casa!

    Que a vossa postura em relação ao Executivo seja, de certa forma, independente, não deixando o Executivo errar.

    Por isso, aqui vai um conselho do sábio Alcino Carrancho:

    Exercitem TODOS os músculos do pescoço…

    Explico:

    Há músculos que fazem o queixo se aproximar do peito, em movimentos ritmados (para cima e para baixo).

    O pescoço tem, também, músculos que fazem a rotação parcial da cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, também em movimentos ritmados.

    Muito obrigado.

    Alcino Carrancho

    (O Ponderado)

  2. Estes 5 nominados da situação, são os mais medíocres para liderar. O executivo tem que passar o tempo todo uma “colinha” para eles votarem.

  3. Essas benésses políticas para se eleger tem que acabar, acabar com cargos comissionados, muitos ocupados por incompetentes, que nada mais é do que uma corrupção “oculta” .
    E os srs vereadores estão lá para fiscalizar mesmo!

  4. O legislativo existe para finalidades específicas e uma delas com certeza não é ser base aliada do executivo . Vereador tem que legislar e não fazer politicagem . Mas em Blumenau a maioria dos vereadores vende seu caráter e sua dignidade por cargos . Seria uma criança infeliz seu meu pai fosse vereador que agisse da forma
    que vemos a maioria agir, teria vergonha .

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