Empresas de TI e a dificuldade de falta de mão de obra qualificada

Ao menos metade das 70 mil vagas de emprego que devem ser criadas por ano na área de Tecnologia da Informação (TI) não devem ser preenchidas até 2024 – mesmo com o país enfrentando um alto índice de desemprego, com mais de 13,4 milhões de brasileiros aguardando por oportunidades, conforme dados do IBGE.

“TI É uma das áreas que mais tem gerado empregos no Brasil”, comenta o diretor de tecnologia e marketing da SCI Sistemas Contábeis, Elinton Marçal. “Porém, estamos carentes de mão de obra qualificada para trabalhar no segmento. Aqui na SCI, por exemplo, estamos sempre com vagas em aberto: no momento, por exemplo, são 50 vagas disponíveis em Blumenau e mais de 100 pelo país.”

Na expectativa de preencher rapidamente as vagas em aberto, a SCI oferece, durante as férias letivas (em julho e dezembro), cursos profissionalizantes gratuitos – os chamados Cursos de Férias – a estudantes de graduação ou técnico em Ciências Contábeis, Administração, Desenvolvimento de Software, Ciências da Computação e Sistemas da Informação. O objetivo dos cursos é capacitar os alunos em áreas como folha de pagamento, escrita fiscal e programação e, posteriormente, oferecer-lhes programas de estágio – rapidamente transformados em contratações efetivas, sempre de acordo com o desempenho do profissional.

Segundo Marçal, a oferta de capacitação profissional é uma aliada da SCI – mas muitas vezes se mostra como um problema futuro. “Muitos concorrentes aliciam os profissionais que capacitamos, ofertando valores um pouco maiores e contratando-os”, protesta. “Com isso voltamos a ser vítimas da falta de profissionais. Se houvesse mão de obra disponível no mercado, creio que esta concorrência desleal não existiria.”

A falta de mão de obra qualificada na área tecnológica não é um problema recente, principalmente em Santa Catarina, estado referência no segmento. O problema, porém, vem se agravando ainda mais com a escalada vivenciada pelo setor, estimulada pelo incessante avanço tecnológico. Além disso, novas empresas do ramo não param de surgir: de acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups), 2 mil empresas de tecnologia foram fundadas no país entre janeiro e abril deste ano. A expectativa da entidade é de que outras 3 mil sejam abertas até dezembro.

Além disso, segundo Marçal, as instituições de ensino não conseguem preparar os alunos para este novo mercado de trabalho. “Muitos alunos saem das universidades sem saber o que fazer”, destaca. “Por isso precisamos treiná-los, e isso exige investimento de dinheiro e tempo.”

Ampliação da sede e maior demanda à SCI

As necessidades da SCI Sistemas Contábeis ficarão ainda maiores neste segundo semestre de 2019. Isto porque a empresa irá inaugurar, já nos próximos meses, um novo prédio de expansão em sua sede, que ampliará em 150% a sua capacidade de recursos humanos – o que resultará em cerca de 300 novas vagas de emprego nos próximos anos. “Atualmente, contamos com mais de 250 colaboradores e estamos constantemente procurando reforçar nossa equipe com novos profissionais”, salienta Marçal. O diretor ainda indaga: “Com a ampliação da sede, vêm a preocupação: temos mercado para crescer, mas e a mão de obra necessária?”

 

3 Comentário

  1. Não há falta de mão de obra. O que falta são vagas decentes.

    Querem um zilhão de qualificações para ganhar um salário mínimo + baboseiras motivacionais.

    Quem tem bala na agulha vai sair assim que aparecer coisa melhor.

    Quem fica nessas empresas? Pedreiros de Delphi e Java sem capacidade para conseguir melhor.

  2. Concordo plenamente com o Marcos, exigem um milhão de qualificações para pagar pouco, as empresas estão querendo demais e não estão respeitando os profissionais.

  3. Melhor reformular o título da postagem: falta mão de obra barata e qualificada…

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