Bolsonaro pede ao novo ministro da Saúde alternativa ao isolamento social

Foto: Marcelo Cassal/Agência Brasil

Em cerimônia de posse no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro disse que a substituição de Luiz Henrique Mandetta por Nelson Teich no comando do Ministério da Saúde ocorre porque “por vezes, é preciso substituir alguns jogadores”. “Tenho certeza que ele fez o que ele achava que tinha que ser feito”, afirmou Bolsonaro a Mandetta, ressaltando que a visão dos dois diverge em alguns aspectos.

A Teich, Bolsonaro pediu para que seja buscada uma alternativa ao isolamento social para que o presidente não precise recorrer ao ministro da Economia, Paulo Guedes. “O seu sucesso poupa vidas, poupa pessoas que podem ser jogadas ao desemprego”, disse ele ao novo ministro.

“O efeito colateral do combate ao vírus, no meu ponto de vista, não pode ser mais danoso que o próprio remédio”, afirmou Bolsonaro, voltando a expressar preocupação com a economia. Ele citou a possibilidade de reabertura das fronteiras e disse que o sentimento quanto à abertura do comércio está mudando.

O presidente comentou a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu o governo federal de decretar o fim do isolamento social em estados e municípios. “Pena que não eu possa intervir em muita coisa, porque o Supremo decidiu que as medidas restritivas que têm que ser respeitadas são aquelas de prefeitos e governadores”, disse ele.

O novo ministro Nelson Teich fez um discurso genérico no qual frisou a necessidade de estratégias de planejamento para combate ao novo coronavírus, mas não abordou medidas específicas que pretende adotar. Ele falou das ruas vazias como “cenário de filme” e abordou o medo que a população está sentido, mas não citou de forma específica a questão do isolamento social. Em outras ocasiões, ele já demonstrou ser favorável ao isolamento.

Em aceno ao ex-ministro, Teich disse que vai buscar agregar o que já foi feito pela equipe do Ministério da Saúde. O médico também mencionou, sem citar nomes, estudos e medicamentos promissores para o combate à covid-19, sem se comprometer com o uso de nenhuma droga. “A gente pode ter solução para o problema mais rápido do que a gente imagina”, disse ele.

Mandetta também participou da cerimônia e foi o primeiro a discursar. Em defesa de sua gestão, ele mencionou as ações tomadas pelo Ministério da Saúde, em especial as medidas voltadas ao combate do novo coronavírus.

“O século 21 vai ser dividido entre antes e após coronavírus. Todas as economias vão sofrer, a nossa vai sofrer e muito nos preocupa a segunda onda, o pós-covid. A economia será o grande desafio”, disse Mandetta se dirigindo ao ministro Guedes. “Sabemos muito bem que fizemos o trabalho que poderíamos ter feito e continuamos à disposição da sociedade brasileira”, finalizou ele.

Fonte: Congresso em Foco

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