O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc), Dagnor Roberto Schneider, apresentou dados alarmantes e criticou a concessionária Arteris e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pela falta de atenção e resolução dos problemas na BR-101, trecho norte. Os dados foram apresentados durante a reunião da Comissão de Transportes, Desenvolvimento Urbano e Infraestrutura, na Alesc Itinerante, em Balneário Camboriú, nesta quarta-feira (29).
Prejuízos e índices de acidentes
De acordo com Schneider, os prejuízos na BR-101 Norte são bilionários. “Os constantes congestionamentos no trecho causam um prejuízo anual de cerca de R$ 1 bilhão ao Transporte Rodoviário de Cargas, devido a gastos extras com combustível e perda de produtividade.” Ele ainda destacou números alarmantes, como a análise apresentada pela Polícia Rodoviária Federal, que mostra que o trecho norte da BR-101 tem 500% a mais de óbitos do que a taxa do Brasil a cada 100 km de malha viária federal. “São registrados 24 óbitos a cada 100 km de malha viária em Santa Catarina, sendo que no restante do Brasil esse número é de apenas 4 óbitos”, pontuou.
Comparativo estadual de sinistros
No comparativo de sinistros registrados no Estado entre os meses de janeiro e junho deste ano, o trecho da BR-101 Norte apresenta uma taxa 140% maior do que a média estadual. Foram 24 mortes somente entre o quilômetro zero e o 245, e 10 óbitos nos demais trechos das rodovias federais que cortam Santa Catarina. “Em relação aos acidentes, esse cálculo chega a 299%. A BR-101 Norte registrou 642 acidentes, enquanto o restante das BRs em SC registrou 162. Números preocupantes”, afirmou Schneider.
Críticas à concessionária e à regulação
Em novembro de 2024, a Fetrancesc já havia alertado para o risco de desabastecimento, apontando que cinco dos dez trechos mais perigosos do Brasil estão na BR-101 Norte. O presidente da Fetrancesc também criticou fortemente a concessionária que opera a BR em Santa Catarina, a Arteris Litoral Sul. “A empresa recebeu mais de 900 notificações da ANTT referentes a problemas na gestão e nos serviços oferecidos, principalmente relacionados às longas filas e à demora nas praças de pedágio. Vemos que essa mesma concessionária terá seu contrato renovado por mais 15 anos. Isso é uma vergonha.”
Propostas apresentadas pela entidade
Como proposta, a entidade sugeriu a incorporação do Morro dos Cavalos ao contrato da empresa Via Costeira, que administra outro trecho da rodovia; a realização de obras emergenciais nos trechos mais críticos — Itapema, Navegantes e Barra Velha — até o ano de 2033; e a licitação única para a BR-101 Norte e a Via Mar. “Uma das principais alternativas é a construção de uma rodovia paralela (Via Mar) para desafogar o trânsito e melhorar o escoamento logístico na região”, comentou.
Chamada à responsabilidade pública
“Precisamos entender que morrer pessoas no trânsito não é algo normal. Precisamos reagir e compreender que a Alesc tem uma grande oportunidade e responsabilidade em relação a essa pauta”, finalizou Dagnor Roberto Schneider.
Fonte: Alesc






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