2003 – 2018

Fernando Krieger

estudante de Filosofia e editor do The Ironic Herald

 

Em 1º de janeiro de 2003, assistido por milhões, o metalúrgico, sindicalista, “pobre e do povo” chega ao poder máximo da nossa nação. Luiz Inácio Lula da Silva sobe a rampa e recebe a faixa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Muda-se a cara do Brasil, sai o príncipe da esquerda, sociólogo, entra o príncipe do povo, sindicalista.

Se em eleições anteriores Lula tinha um discurso da esquerda radical, em 2002 o marqueteiro Duda Mendonça criou o “Lula paz e amor”, amenizou o comportamento do petista, ganhou a confiança da classe média, que era o setor em que Lula não conseguia se inserir e recebeu os seus votos. A classe foi conquistada e Lula eleito.

Com o seu tripé de conciliação, Lula uniu os grandes, os médios e os pequenos, maquiou o país e até foi chamado de “o cara” pelo ex-presidente americano Barack Obama.

Tudo parecia bem, a economia surfava a boa onda internacional, milhões foram tirados da miséria, universidades foram criadas, a dívida externa foi paga, mas tudo não passava de uma ótima “base da make b”.

Veio o escândalo do mensalão. E ele? Não sabia de nada. Foi protegido, seus companheiros próximos foram presos, mas ele continuou firme e forte, reeleito, presidente pela segunda vez, até aí a confiança no “barba” continuava intacta.

Até deram um voto de confiança e elegeram a Dilma, duas vezes inclusive, em 2014 diga-se, com a maior das desconfianças.

Começava a desmoronar o tal projeto de poder.

Dilma sai do Palácio, Lula se enrola com a Lava Jato, é condenado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Chegamos então no dia 04 de abril de 2018, na Suprema Corte do nosso país, 11 ministros votam o seu habeas corpus preventivo.

Aquele Lula que foi aclamado por alguns anos – até tido como o melhor presidente da nossa história – agora se encontra com a realidade.

Em um dia tenso, cansativo, histórico e pelos votos de Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber – que era o fiel da balança – e Cármen Lúcia, presidente do STF, o habeas corpus preventivo foi negado. Depois dos últimos recursos no TRF-4, Sérgio Moro vai expedir a sua prisão e o ex-presidente deve começar a cumprir a sua pena, mais de 12 anos.

A defesa de Luiz Inácio até tentou barrar o voto da ministra Cármen Lúcia, mas sem sucesso, até o salvo-conduto foi negado.

Lula fora da prisão não é mais possível, amanhã ou depois será preso.

Candidato? Muito difícil, e se por recursos e caminhos jurídicos seja possível, para o país é inviável.

O seu discurso mudou e se torna perigoso, sem projeto de país – se é que algum dia teve – Lula abandona o “paz e amor” endurece suas falas e atira contra tudo e todos. Judiciário, imprensa, todos.

Em resumo, a maioria da população que perdeu a sua figura maior ao saber que ele tinha relações duvidosas com o poder que recebeu, retirou o seu voto de confiança e Lula perdeu o povo, o que lhe restou foi apenas o apoio dos seus militantes e partidos que enxergam em sua figura a maior chance da esquerda chegar ao poder novamente – um otimismo invejável.

No final, como normalmente acontece, o tal “messias e salvador da pátria” se revelou apenas mais um “curandeiro charlatão”.

Ironicamente, Fernando Krieger

3 Comentário

  1. Os argumentos dos defensores de Lula:
    “Presunção de inocência” serio o mesmo que presunção de culpa, pois presumir, supor, não é determinar, confirmar uma verdade.

    E esperar até o “trânsito em julgado” é uma falácia pois já foi julgado sim, em 1ª e 2ª instâncias, ou então não valem?? que se acabe com as 4 instâncias e façam uma só! isso é dar legalidade à impunidade exaltando a corrupção, injustiças, roubos, desvios que assolam o país.
    Assim como TODOS os condenados, presos, teriam direito a um HC!

  2. Caráter , dignidade , hombridade …..adjetivos desconhecidos pela maioria dos políticos , este é um deles , mas não o único .

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