Vigilância alerta para cuidados com o escorpião amarelo em Blumenau

Com a chegada das estações mais quentes do ano e a consequente elevação da temperatura, também cresce a atividade de animais peçonhentos. Em Blumenau, a possibilidade de aumento das ocorrências com o escorpião amarelo, o Tityus serrulatus, preocupa a equipe da Vigilância Sanitária e Ambiental, órgão da Secretaria de Promoção da Saúde (Semus).

Desde 2007 há relatos da presença do animal na cidade, que tem cerca de 60% de seu perímetro de área rural, oferece uma grande quantidade de abrigo e alimento para a espécie de escorpião invasora, que está extremamente adaptada, tanto em ambientes urbanos, como rural, conforme explica o médico veterinário da Vigilância em Saúde de Blumenau, Leandro Roberto Canesi Ferreira. “O escorpião amarelo reproduz-se por partenogênese, o que significa que todo indivíduo adulto pode parir sem a necessidade de acasalamento. Este fenômeno facilita sua dispersão e o animal realmente se instala e prolifera com muita rapidez. Mais ainda quando em situação de perigo.”

Diante desta realidade e do aumento de manifestações, que são realizadas por meio da Ouvidoria da Saúde de Blumenau, relatando a presença do escorpião em área urbana, principalmente na região Norte da cidade, que a Semus faz um alerta à população sobre como proceder no caso de presença do animal em ambiente doméstico ou até mesmo de acidente, além de medidas de prevenção.

Prevenção e condutas

As medidas de controle já efetivadas no município passam pela capacitação de profissionais da saúde e também por orientações a moradores, com palestras em associações de bairros, buscas ativas noturnas e diurnas ao animal pela equipe da Vigilância Sanitária e Ambiental, bem como pelo monitoramento das regiões com risco. Para determinar o grau de infestação do animal em cada região é utilizada uma metodologia do Ministério da Saúde, e assim se determinam as medidas de controle de acordo com o grau de infestação de cada região.

Os acidentes registrados no município em 2017 e 218 não são numerosos, três por ano, mas o veterinário alerta que os acidentes podem ser graves, principalmente quando ocorridos com crianças ou idosos. “O escorpião não busca atacar a pessoa, o acidente geralmente ocorre quando a pessoa coloca a mão ou o pé sobre o animal. Eles costumam se esconder da claridade em lugares como dentro de calçados, armários, gavetas, panos e toalhas em áreas de serviço e banheiros, aumentando a chance de acidentes”, explica Leandro.

A picada do escorpião é venenosa e pode provocar efeitos tanto na região atingida quanto no sistema nervoso. Os sintomas mais comuns, conforme o Manual de Controle de Escorpiões do Ministério da Saúde, são dor local podendo ser acompanhada de sensações na pele como formigamento, queimação, dormência; febre ou temperatura mais baixa que o comum; e excesso de suor. Também podem ocorrer vômito, náusea, arritmias e complicações neurológicas, como paralisia.

Em casos de acidente

– Limpe o local com água e sabão;
– Procure orientação médica imediata na unidade de saúde mais próxima ao local do acidente;
– Se possível, fotografe ou capture o animal para levá-lo ao serviço de saúde, pois a identificação pode auxiliar o tratamento. Em caso de não possuir capacitação para capturar o animal vivo, levar o animal morto ao posto de atendimento.
– Prestar atenção quando as crianças se queixam de picada de insetos. Perguntar como era o animal e onde ele estava. Na dúvida ir para o posto de atendimento médico mais próximo do local do acidente.
– Não amarrar, fazer torniquete, não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
– Não aplicar substâncias sobre ao ferimento nem fazer curativos que fechem o local antes do atendimento.

Orientações de prevenção 

-Manter limpo quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;
– Acondicionar lixo domiciliar em sacos plástico ou em outros recipientes apropriados e fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos baldios;
– Limpar terrenos baldios situados próximos a imóveis habitados;
– Eliminar as fontes de alimentos para escorpiões (baratas principalmente, e outras infestações de pequenos invertebrados);
– Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como  locais com entulhos, lenhas e superfícies com frestas e sem revestimento;
– Preservar os predadores naturais dos escorpiões, especialmente as aves de hábito noturno como as corujas, pequenos macacos, quati, lagartos, sapos;
– Evitar queimadas em terrenos, pois desalojam os escorpiões;
– Remover folhagens e trepadeiras junto às paredes externas de locais que possuem a ocorrência do animal;
– Manter fossas sépticas e caixas de gordura bem vedadas para evitar a passagem de escorpiões e baratas;
– Vedar frestas, buracos em paredes, assoalhos, forros, meia canas e rodapés, assim como prestar atenção em soleiras de portas e fechar com rolos de areia ou rodos de borracha;
– Em áreas de ocorrência é indicado colocar tela nos ralos ou trocar por escamoteáveis (que possuem sistema de fechamento);
– Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados;
– Observar com cuidado panos de chão e roupas antes de apanhá-las;
– Observe com cuidado roupas e calçados, sacudindo-os antes de calçá-los ou vestí-los;
– Examine roupas de cama e banho antes de usá-las;
– Mantenha camas e berços afastados das paredes.

*As orientações são do Ministério da Saúde e do Centro de informação e assistência toxicológica do Estado de Santa Catarina (Ciatox/SC)

Fonte: Secretaria de Comunicação PMB

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