Uma reflexão sobre os votos dados a candidatos de fora de Blumenau

A sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, a primeira depois da eleição, foi de muitos agradecimentos, cumprimentos e comemorações, em especial para o vereador Marcos da Rosa (União), único dos seis vereadores que disputaram o pleito deste ano eleito.

E também de lamentações e reflexões, em especial, pelo grande número de candidatos de fora. O mais contundente foi o Almir Vieira (PP), que agradeceu os 9.390 votos recebidos, mas lamentou os cerca de 62 mil votos dados para candidatos de fora, muitos no embalo da polarização da polarização nacional.

Almir lembrou que em 2018, o então candidato a deputado federal Hélio Costa foi o mais votado no bairro Garcia, mas ao ser indagado onde o bairro ficava não sabia dizer. Disse que esse é o reflexo do político que vem à nossa cidade, leva nosso dinheiro e no momento de ir ao Garcia para fazer alguma diferença não sabe. Hélio, mais votado na eleição de quatro anos, ficou de fora desta.

Na opinião de Almir, a política não é defesa de bandeira, é saber sentar em uma mesa de negociação e conhecer o sistema. Mencionou a história do atual governador de Santa Catarina, que atuava como bombeiro e “acordou governador”.

Não com a mesma contundência, foi seguido por outros colegas, mas alguns deles votaram e fizeram campanha para candidatos de fora.

Além de Marcos da Rosa e Almir Vieira, os vereadores que concorreram nesta foram Professor Gilson (Patriota), Adriano Pereira (PT), Egídio Beckhauser (Republicanos) e Sylvio Zimmermann (PSDB), este último o único a concorrer a deputado federal.

Para a Assembleia Legislativa, entre os dez mais votados, apenas um não era de Blumenau. Já para Federal, a onda 22 fez quase 30 mil votos para cinco candidatos que ficaram entre os dez mais votados, situação que tirou a eleição de Ricardo Alba (União), que surfou na onda 17 em 2018.

Acho a reflexão importante, mas é preciso fazer algumas considerações.

A primeira. O eleitor é soberano, ele vota em quem quiser.

Qualquer candidato que queira se eleger deputado, precisa ter voto em outras cidades. O próprio Almir Vieira fez 4.412 votos fora de Blumenau, quase a metade de sua votação.

Agora, o que o Almir tem razão, é que o eleitor deveria perceber o comprometimento do candidato com a cidade e região. A deputada estadual Ana Campagnolo (PL), mais votada nesta eleição, fez 11.553 em Blumenau, ficando em quarta posição. Qual é a relação dela com Blumenau? O que ela trouxe? Ela foi eleita na toada da pauta conservadora e foi o que bastou.

Esta é uma reflexão apenas, sem verdades. A bandeira das prioridades regionais é importante, assim como a bandeira das convicções. Faz parte.

 

1 Comentário

  1. Quem tem que ter noção são os políticos e seus partidos . Inserem um numero enorme de candidatos , pulverizam a votação e depois ficam reclamando .

    Um vereador se elegeu em função da Igreja , os demais ganharam os votos que merecem , não fazem a vereança, só querem cargos comissionados e vantagens . Os votos conseguidos é o reflexo do trabalho deles . Mas mesmo assim não vão aprender , vão continuar fazendo politicagem . Duvidam? Aguardem a municipalização do SESI , que vai virar estádio do Metropolitanos e um cabide de cargos comissionados . Já estão loteando a bel prazer .

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