Um novo momento da política

A lista de expectativas que devemos ter de nossas lideranças políticas é interminável. Mas devem começar pela empatia e solidariedade. Foi o que vimos na cidade de São Sebastião, em São Paulo, nesta segunda-feira de carnaval, logo após a chuva volumosa que matou pelo menos 40 pessoas e deixou milhares desabrigados.

O presidente Lula, que estava de folga numa base naval na Bahia – sim, presidentes podem ter folga -, viajou com uma equipe de governo e, na cidade mais atingida, reuniu-se com o governador Tarcísio de Freitas e com o prefeito Felipe Augusto.

Apesar de serem de partidos adversários – PT, Republicanos e PSDB – , isso não impediu de estarem lado a lado no atendimento aos atingidos e no encaminhamento da solução dos problemas.

Tarcísio agradeceu a presença de Lula e disse que “isso nos dá amparo, nos dá conforto no momento em que a gente precisa trabalhar em um regime de cooperação”.

“Não consigo descrever em palavras o sentimento que está dentro de mim neste momento. O apoio e respeito do @LulaOficial a cidade de São Sebastião/SP, vem como combustível para lutarmos até o último minuto em busca de vidas dentro deste cenário devastador que estamos enfrentando!”, escreveu o tucano.

“É uma demonstração específica de que é possível exercer a nossa função na democracia mesmo quando a gente pertence a partidos diferentes e pensa diferente ideologicamente. O bem comum do povo é muito mais importante do que qualquer divergência que a gente possa ter”, disse Lula.

“Eu não sei de que partido é o prefeito, eu sei em que partido Tarcísio disputou as eleições, vocês sabem em que partido eu disputei as eleições e veja que coisa bonita e simples: nós estamos juntos. Acabou a eleição”, completou.

Parece tão natural, não é mesmo? Mas nos últimos quatro anos não foi, pois tivemos um presidente que brigou com governadores e prefeitos e nunca teve um pingo de empatia com a dor do povo. Quem não se lembra da expressão “eu não sou coveiro, porra!”

Ainda bem que isso ficou para atrás.