Só vive quem se desafia (não importa a quê)

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MARINA MELZ

Jornalista

O dicionário diz que desafio é “batalha para conquista de algo ou alguém”. Parece épico, milenar, luta de espadas. Parece difícil demais. Não concordo. Desafio é para a vida como oxigênio para o corpo: invisível, imprescindível e insubstituível. Não é arma em punho, mas mente inquieta.

O tamanho do desafio que cada um enfrenta só ele pode julgar. Há para quem seja o próximo milhão e para quem seja a comida na mesa. Há quem se desafie a sentir medo todos os dias e para quem entrar no elevador seja uma batalha. Os que começam um novo projeto e os que precisam repensar os velhos hábitos. Para a criança, o próximo passo. Para o amante, o primeiro beijo. Não cabe julgar ou subestimar. “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, diria Caetano – a quem eu te desafio a ouvir mais para querer ser melhor.

Desafio não é meta. Meta é planejamento, estratégia, papel. Desafio é frio na barriga, adrenalina, não-sei-se-consigo. É dizer sim sem pensar porque você sente que consegue. E não existe nada mais motivador do que realmente se sentir preparado para realizar – um barco de papel ou um contrato milionário, vale lembrar, tanto faz.

É o muro que está à nossa frente que determina o impulso que teremos que tomar para pular. São as experiências que carregamos que determinam o peso (ou a leveza) do que vai conosco. Nossas armas são as vivências – quanto mais vivermos, meus caros, maiores deliciosamente desafiadores serão os nossos dias. Para quem pula de parapente como trabalho, o desafio pode estar em encontrar a adrenalina em terra firme. Já para mim, o desafio é voar.

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O fracasso é o melhor amigo do desafio vencido. Eles andam juntos: ora um prevalece, ora outro. E quando algo dá errado, naquela mesma fração de segundo, começa um desafio ainda maior que pode ser vencer o desejo de desistir ou encontrar uma nova motivação para seguir vivendo. Vivendo para aceitar novos desafios e acordar todos os dias com a certeza de que, na hora de voltar para a cama, o frio na barriga será diferente: maior, menor, outro. Mas sempre diferente.

Estou aqui, nesta semana de estreia do Informe Blumenau, porque me desafiei a encontrar vocês todas as semanas, a não deixar a rotina desses encontros fazer diminuir o nosso brilho nos olhos e ser mais um impulso para que o muro se transforme num degrau. Até que surja uma muralha ainda mais alta para sobrepormos juntos, claro.

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