SC terá de qualificar mais de 785 mil trabalhadores em profissões industriais até 2023

Foto: Marcelo Kopcki

O estado de Santa Catarina terá de qualificar 785.288 trabalhadores em ocupações industriais nos níveis superior, técnico, qualificação e aperfeiçoamento entre 2019 e 2023. Os dados são do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo SENAI para subsidiar a oferta de cursos da instituição. Essas ocupações têm em sua formação conhecimentos de base industrial e por isso são oferecidas pelo SENAI, mas os profissionais podem atuar em qualquer setor da economia.

A demanda prevista pelo estudo inclui, em sua maioria, o aperfeiçoamento (formação continuada) de trabalhadores que já estão empregados. Em parcela menor (28%) estão aqueles que precisam de capacitação para ingressar no mercado de trabalho (formação inicial). Nesse grupo estão pessoas que vão ocupar tanto novas vagas quanto postos já existentes e que se tornam disponíveis devido a aposentadoria, entre outras razões.

Para o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, é fundamental incluir os trabalhadores nessa nova economia, que exige profissionais para ocupações cada vez mais tecnológicas. “O fortalecimento de toda a cadeia produtiva, o surgimento de soluções que movimentam a economia e o aumento da competitividade do país estão ligados à formação profissional. É por meio dela que vamos inserir os jovens no mundo do trabalho e atender as demandas do mercado, que busca profissionais especializados”, afirma. “Um relatório recente da OCDE demonstra que 61% das empresas brasileiras têm dificuldades para preencher vagas de área técnica. O mundo vem reconhecendo a importância da formação técnica, com propostas de ensino focadas na solução de problemas e o Brasil precisa buscar esse caminho também”, completa Aguiar.

Além de subsidiar a oferta de cursos do SENAI, o Mapa do Trabalho pode apoiar jovens na escolha da profissão e trabalhadores que desejam se recolocar no mercado. “O profissional qualificado de acordo com a necessidade do mundo do trabalho tem mais chances de manter o emprego e também pode conseguir uma nova oportunidade mais facilmente quando as vagas forem oferecidas”, afirma o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

Formação de técnicos

As áreas que mais vão demandar a capacitação de profissionais com formação técnica em Santa Catarina são transversais; metalmecânica; informática; energia e telecomunicações; e eletroeletrônica. Profissionais com qualificação transversal trabalham em qualquer segmento, como técnicos em eletrotécnica e técnicos de controle da produção.

Cursos técnicos têm carga horária entre 800h e 1.200h (1 ano e 6 meses) e são destinados a alunos matriculados ou egressos do ensino médio. Ao término, o estudante recebe um diploma.

Áreas com maior demanda por formação – Técnicos

Áreas

Demanda 2019-2023

Transversais

39.352

Metalmecânica

13.931

Informática

13.803

Energia e telecomunicações

9.689

Eletroeletrônica

9.041

 

Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria – Técnicos

Ocupações

Profissionais a serem qualificados  

Técnicos de controle da produção

14.806

Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações

8.204

Técnicos de planejamento e controle de produção

8.029

Técnicos em operação e monitoração de computadores

5.600

Técnicos em eletrônica

5.512

Técnicos em eletricidade e eletrotécnica

5.480

Técnicos mecânicos na fabricação e montagem de máquinas, sistemas e instrumentos

3.835

Supervisores da construção civil

3.157

Especialistas em logística de transportes

2.907

Técnicos de laboratório industrial

2.830

Qualificação profissional

Já os cursos de qualificação são indicados a jovens ou profissionais, com escolaridade variável de acordo com o exercício da ocupação, e buscam desenvolver novas competências e capacidades. Ao final, o aluno recebe um certificado de conclusão.  As áreas que mais vão exigir a capacitação de trabalhadores com esse tipo de formação, de acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2019-2023 serão:

Áreas com maior demanda por formação – Qualificação (+200h)

Áreas

Demanda 2019-2023

Metalmecânica

59.582

Confecção e vestuário

37.597

Alimentos

19.615

Eletroeletrônica

19.511

Têxtil

11.929

Áreas com maior demanda por formação – Qualificação (-200h)

Áreas

Demanda 2019-2023

Transversais

107.876

Logística e transporte

67.674

Construção

52.594

Alimentos

44.025

Metalmecânica

25.373

 

Segundo o Mapa, entre as ocupações que exigem cursos de qualificação e que mais vão demandar profissionais capacitados estão operadores de máquinas para costura de peças do vestuário e montadores de equipamentos eletroeletrônicos:

Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria – Qualificação (+200h)

Ocupações

Profissionais a serem qualificados  

Operadores de máquinas para costura de peças do vestuário

34.508

Montadores de equipamentos eletroeletrônicos

14.887

Preparadores e operadores de máquinas-ferramenta convencionais

12.365

Mecânicos de manutenção de máquinas industriais

12.293

Padeiros, confeiteiros e afins

8.705

Operadores de instalações e máquinas de produtos plásticos, de borracha e moldadores de parafinas

7.817

Mecânicos de manutenção de veículos automotores

7.709

Inspetores e revisores de produção têxtil

7.012

Marceneiros e afins

6.686

Trabalhadores de fundição de metais puros e de ligas metálicas

6.037

Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria – Qualificação (-200h)

Ocupações

Profissionais a serem qualificados  

Alimentadores de linhas de produção

93.675

Motoristas de veículos de cargas em geral

51.658

Magarefes e afins

39.704

Trabalhadores de embalagem e de etiquetagem

14.056

Ajudantes de obras civis

13.986

Trabalhadores de estruturas de alvenaria

12.455

Apontadores e conferentes

11.489

Trabalhadores da preparação da confecção de roupas

11.353

Trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas

9.960

Operadores de equipamentos de movimentação de cargas

8.536

Em relação ao nível superior, as áreas de gestão, informática e construção serão as que mais vão precisar qualificar profissionais no período de 2019 a 2023, de acordo com o Mapa do Trabalho:

Áreas com maior demanda por formação – Superior

Áreas

Demanda 2019-2023

Gestão

17.290

Informática

16.130

Construção

4.420

Transversais

2.305

Metalmecânica

1.882

 

Ocupações industriais com maior demanda por formação dentro e fora da indústria – Superior

Ocupações

Profissionais a serem qualificados

Analistas de tecnologia da informação

13.671

Gerentes de produção e operações em empresa da indústria extrativa, de transformação e de serviços de utilidade pública

4.715

Engenheiros civis e afins

3.206

Engenheiros de produção, qualidade, segurança e afins

1.823

Pesquisadores de engenharia e tecnologia

1.489

Gerentes de tecnologia da informação

1.365

Engenheiros eletricistas, eletrônicos e afins

1.272

Gerentes de suprimentos e afins

988

Gerentes de manutenção e afins

765

Gerentes de pesquisa e desenvolvimento e afins

764

Metodologia

O Mapa do Trabalho Industrial é elaborado a partir de cenários que estimam o comportamento da economia brasileira e dos seus setores; projeta o impacto sobre o mercado de trabalho e estima a demanda por formação profissional industrial (formação inicial e continuada). As projeções e estimativas são desagregadas no campo geográfico, setorial e ocupacional, e servem como parâmetro para o planejamento da oferta de cursos do SENAI.

Na opinião de Rafael Lucchesi, conhecer as necessidades do mercado é fundamental para o planejamento da oferta de formação profissional. “O SENAI é referência em educação profissional porque está alinhado com as necessidades da indústria e mantém seus cursos atualizados com o que existe de mais avançado em termos de tecnologia”, explica.

A instituição possui o Modelo SENAI de Prospecção, que permite prever quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho em um horizonte de cinco a dez anos. A metodologia já foi transferida a instituições de mais de 20 países na América do Sul e no Caribe. O método foi apontado ainda pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como exemplo de experiência bem sucedida na identificação da formação profissional alinhada às necessidades futuras das empresas.

Fonte: FIESC

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