Opinião: veto de Bolsonaro sobre a distribuição gratuita de absorventes é um passo para trás

Foto: reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a distribuição gratuita de absorventes, conforme previa o projeto de lei 4968/2019 aprovado em setembro pelo Congresso Nacional. O argumento do Governo Federal é de que o texto não prevê a fonte de custeio para essas medidas, embora a matéria aprovada pela Câmara e pelo Senado, previam que as despesas viriam de recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Como não bastasse, o veto ainda compreende o trecho que incluía absorventes nas cestas básicas distribuídas pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com isso o presidente mostrou o desprezo que tem pela dignidade das mulheres e pela liberdade de menstruarmos, principalmente as estudantes de baixa renda e mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema.

Vale lembrar que meninas chegam a perder até 45 dias de aula durante todo o ano letivo quando estão menstruadas. Foram inúmeras reportagens exibidas pela mídia nacional sobre o assunto e mostrou que a ‘Pobreza Menstrual’, não trata-se de uma escolha, é a realidade de milhares de brasileiras. Não era de se esperar uma decisão diferente do Governo Bolsonaro. Você lembra que o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, zombou do projeto antes de deixar o cargo? Pois é, ele disse que a proposta deveria se chamar de “CHICOBRÁS ou MenstruaBR”. Lógico, pra quem não menstrua e pode ir ao mercado sem precisar escolher entre comer ou menstruar está tudo bem.

Com o veto damos um passo pra trás na luta pela liberdade de menstruar, mas sigo confiante que os deputados e senadores decidam derrubar a decisão. O prazo para isso é de 30 dias. A deputada federal Tabata Amaral (PSB/SP), autora do projeto e ativista pela causa, foi a primeira parlamentar a se manifestar sobre a situação e disse que o Congresso vai derrubar o veto e “mostrar que o Brasil é muito melhor que Bolsonaro”.

Para alguns apaixonados Bolsonaristas é errado fornecer absorventes gratuitos, mas tudo bem triplicar os gastos com o cartão corporativo como o presidente fez. Entre janeiro e agosto deste ano, a conta atingiu quase 6 milhões. Segundo a Revista Crusóe, o valor é o maior para o período desde 2001, quando os cartões passaram a ser utilizados pelo Governo Federal. Essa grana abrange, por exemplo, os gastos da família Bolsonaro em viagens e com despesas domésticas. O pior disso tudo é que não é possível saber exatamente como o dinheiro foi usado porque o governo colocou sob sigilo essas informações. Mas isso aí, tudo certo, né? Ora, ora…

3 Comentário

  1. 521 anos de BRASIL.. e isso só agora??
    … A petralhada, com 30 anos no poder nao viu isso antes, o mocinha?

  2. É bom falar mal dos outros, mas será que ela teria o mesmo teor crítico para os vereadores de GASPAR que queriam vale-marmita? Ganham um salário enorme e ainda querem R$450 para manter seus luxos! Fala aí vereadora, se não fosse a atuação dos populares hoje estaria comemorando né? Decepcionante ter uma militante aqui no Informe e ainda criticando o governo como se não se aproveitasse das mamatas. Oportunistas esses esquerdistas.

  3. O projeto foi proposto de forma errada , querem distribuir absorvente intimo para presidiarias….bastava fazer o projeto correto .

    Querem que aprove o projeto , façam corretamente , beneficiando pessoas de boa índole e sem pegadinhas no projeto . Informaram a fonte do recurso , não , informaram como seria efetuado , não . Não reclamem , façam a coisa certa .

    A vereadora é do PSDB ?

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