Opinião: uma fábrica de homens débeis

Imagem: O homem amarelo, Anita Malfatti/ Divulgação Web

“A nossa cultura, ela é uma fábrica de homens débeis. Na pessoa débil o único tipo de força que você conhece é à força de explosão. Não existe outra”. As palavras são, para mim, excitantes por um motivo bastante simples: cada letra digitada, desenhada, representa uma forma da perfeição. E isso deixa o rosto do escritor mais parecido com o de outros que usam ou já usaram a cabeça para pensar em qualquer matéria, tempo, espaço, pátria e plano. Estas semelhanças são a união e força dos pontos que permitem encontrar a linha do crescimento, da nossa trilha por aqui e de construção social.

No papel ou na tela do computador podemos ser tudo, não é? Então, falsear as histórias ajuda muito, tipo um emulador que você planeja o próximo lance e, com sorte, pode executar quando uma oportunidade surgir? Sim e não! Sim, pois a imaginação permite alcançar partes da consciência que não seria possível sem esta pausa reflexiva. Não, pois a vida não é um jogo de soma zero, verdadeiro ou falso, este ou aquele caminho.

Se a vida fosse um game – repito, ela não é! -, nossas réguas e regras serviriam para os julgamentos íntimos, seus e meus… que não possuem muita importância, vai, admitimos de uma vez, por favor! Além da construção de uma série de conceitos, pré-conceitos e uma porção de certezas sobre tudo, a listinha que forma este manual imaginário da vida ideal estaria para um faz de conta, carregado de convicções tão fortes que pesam as pernas e paralisam os passos.

Eu amo as palavras… que permitem imaginar e chegar mais perto da perfeição. As palavras são belas e os homens débeis. A professora Lúcia Helena Galvão, que alias é a autora da frase que abre o texto, sabe emprega-las muito bem para explicar nossos tempos atuais: “É a lei do menor esforço. O sonho de todo mundo é trabalhar o mínimo e ganhar o máximo. As pessoas amam muito mais a comodidade que o crescimento. Então, é como uma fábrica que o tempo todo gera valores que tornam as pessoas débeis”.

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