Opinião | O mundo de ressaca

Foto: Europa Press

Agosto começou em uma segunda-feira para deixar claro que não vai dar sossego para ninguém. E o climão já veio de véspera: no último dia 31, Nova Iorque declarou situação de emergência por causa da Varíola dos Macacos. Dia 2, a presidente da câmara dos deputados dos Estados Unidos foi para Taiwan arranjar sarna para o mundo se coçar, no que pode dar em uma nova guerra, agora com a… China! Isso tudo sem citar os problemas na economia mundial, enquanto a pandemia e o conflito na Ucrânia ainda estão por aí. Nada prova que agosto “é o mês do cachorro louco”, mas esse está parecendo. Para alguns, só bebendo para aguentar.

Na época em que os índios ainda chamavam estas terras como Pindorama, tocavam a vida tomando água de coco e banho de rio para esfriar a cabeça. Porém, logo espanhóis e portugueses trouxeram a ”água que passarinho não bebe”, o continente virou América e foi dividido pelo idioma. Séculos depois, eles ainda são um mistério, apesar de o brasileiro usar muitas palavras dos hermanos, como bodega (armazém), propina (gorjeta) e, principalmente, bolero. Porém, mesmo para quem toca violão, é difícil responder à pergunta: quando morreu Darío Gómez?

“Nada é eterno neste mundo”

Este é o título do maior sucesso do cantor colombiano, falecido no último dia 26. De acordo com Juan Pablo Valenzuela, diretor da Asociación de Bares de Colombia (ASOBARES), o acontecimento motivou o aumento nas vendas de bebida alcoólica, entre 20 a 50% em apenas uma semana! Tudo porque os fãs estão se reunindo para beber e homenagear o artista conhecido como “O Rei do Despeito”. Parece até letra de sofrência, coisa da Marília Mendonça, mas não é. 

A realidade é que não está fácil para ninguém, em lugar nenhum. Por aqui, o Instituto Brasileiro do Fígado (IBRAFIG) aponta que 55% da população brasileira tem o hábito de consumir bebida alcoólica, sendo que 17,2% aumentou o consumo na pandemia. Há quem faça até sorvete de vinho, de cerveja e, para os que podem, turismo. É o caso de Blumenau, famosa pela Oktoberfest, que está prestes a inaugurar o museu da cerveja, onde haverá lojas com lembranças e até um chafariz jorrando a bebida.

Enquanto tudo isso acontece, segue o mês: dia 4 foi o aniversário da invenção do champanhe e, na primeira sexta-feira deste mês, comemora-se o dia internacional da cerveja. Curiosamente, a data também é o dia nacional da Farmácia. Coincidência? É muita dor de cabeça e acontecimentos relacionados à bebedeira para um mês sem feriado nacional. E haja Engov até o dia 31.

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