Opinião | Na rua: cada um tem a sua história

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Ao longo da minha caminhada, aprendi que as pessoas que estão em situação de rua têm as suas histórias e realidades que podem se configurar de diferentes formas. É uma população heterogênea que exige políticas públicas efetivas. Dificilmente, poderemos elencar apenas um caminho para minimizar a dor dessas pessoas que ficam ao largo, expostas à chuva, dormindo em lonas e com pouco ou quase nenhum cuidado de higiene pessoal.

O assunto ganha relevância ainda maior pelo fato de que a implementação das políticas públicas, em sua maioria, fica a cargo dos municípios. Desta forma, este é um debate que precisa estar nas ruas, nos palanques, na mídia este ano e que vá além dos discursos panfletários. O que se precisa é implementar ações efetivas.

A olhos vistos é possível afirmar que aumentou o número de pessoas em situação de rua. Por isso, as medidas são prementes. O governo do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin está atuando por meio de uma série de ações sociais para retirar as pessoas da situação do mapa da fome, seja por meio do Bolsa Família, Creas (Centros de Referência Especializado em Assistência Social), Centro Pop (espaço que atende população em situação de rua, que oferece refeições, higiene pessoal etc), ou do Minha Casa, Minha Vida.

Mas a principal medida de impacto do governo federal foi trazer de volta a estabilidade na economia, com uma inflação controlada e o crescimento do PIB. Ainda há muito trabalho pela frente, mas, hoje, percebe-se que o país voltou a planejar seu crescimento, atraindo investimentos e se relacionando novamente com países estratégicos do cenário global.

Entretanto, o retrato do abandono só será revertido ao longo do tempo. Modificar o cenário exige o esforço dos três entes da federação. Mesmo os instrumentos hoje existentes e disponíveis não alcançam a demanda presente nas cidades brasileiras. O Ipea estima um déficit na ordem de cerca de 222 mil pessoas em situação de rua. Confrontando este dado com o número de espaços de acolhimento existentes no Brasil, que apresenta pouco mais de 31 mil vagas, é possível perceber que há muito a ser feito.

Como as causas que levam essas pessoas para rua são as mais diversas, a transversalidade disciplinar se faz de grande relevância. Ver o ser humano como um todo, em suas diversas facetas na saúde, educação, moradia, trabalho, sistema de garantia de direitos.

Sim, cada um tem a sua história, seus motivos. Nem sempre estão relacionados à ausência do Poder Público, mas é preciso conhecer, se aproximar e mudar este cenário que representa a própria existência humana. O problema é de todos. É nosso. O bicho que cata comida entre os detritos, como explica o poeta Manuel Bandeira, não é gato, nem cão, é o ser humano.

Ana Paula Lima, deputada federal (PT/SC) e secretária da Primeira Infância, Infância e Juventude da Câmara dos Deputados

4 Comentário

  1. Quem sabe o presidente da nobre deputada, leve os moradores de rua para se aconchegarem na cama e no sofá comprados e pagos pelo povo que custaram uma fortuna.Demagogia barata de uma deputada que não representa a maioria dos catarinenses, representa somente os ” cumpanheiros “

  2. Estabilidade da economia com R$ 230 bilhões de deficit nas contas públicas? Qual escola a deputada frequentou?

  3. O Sr Rubens Serpa é um estudioso da área de humanas e economia , sabe tudo ou pensa que sabe!

  4. Só críticas ao trabalho de uma deputada, sem apresentar soluções melhores,usando de pura ideologia partidária,não melhora a vida de ninguém! Não se joga pedra em árvores que não dão frutos! Ignore, nobre deputada!

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