Opinião: inteligência artificial entra em campo

Imagem: reprodução

O vírus mutante da Covid 19, esse diabo que tenta jogar o planeta no inferno, instiga uma bateria de interrogações: as vacinas já desenvolvidas e outras em estágio de testes poderão enfrentar as novas cepas que estão surgindo, aqui e ali, sabendo-se que sua letalidade é bem maior que a do atual coronavírus? A Humanidade estará preparada para debelar pandemias mais intensas e cruéis, como preveem cientistas e patrocinadores da ciência, como Bill Gates? O fato é que o mundo está com medo, muito medo, e essa constatação, por si só, causa profunda marca na espécie humana. A marca da dor, do desalento, do descrédito nos governantes, da morte.

A resposta da ciência, até o momento, gera esperança. Em praticamente um ano, o abnegado corpo de pesquisadores, em seus institutos e laboratórios, conseguem responder ao clamor da Humanidade, por meio de uma coleção de vacinas que deverá se multiplicar. Trata-se de um dos maiores avanços da pesquisa científica em todos os tempos, o que nos leva a inferir que o ser humano ganhará a guerra, mesmo que algumas batalhas sejam perdidas para o inimigo.

Estamos avançando celeremente no campo da Inteligência Artificial. Que poderá ajudar o planeta a alcançar imensas conquistas em importantes setores da ciência, como prevê o escritor israelense Yuval Harari, em sua conhecida obra (Homo Sapiens, Homo Deus, 21 Lições para o Século XXI). O homem, diz ele, possui duas habilidades fundamentais e inigualáveis, a conectividade e a atualização, isto é, a capacidade de se conectar com outras redes neurais e continuar aprendendo, e a habilidade de se atualizar.

A inteligência artificial já começa a fazer presença em nossas vidas, bastando lembrar o reconhecimento da pessoa pela voz e pelos traços, algoritmos que orientam os empreendimentos e sistemas de vendas, enfim, como “o principal impulsionador de tecnologias emergentes, como Big Data, Robótica e IoT “(Internet das Coisas)” nos termos usados pelo blog Brasil Westcon. Os carros elétricos já são uma realidade, integrando o esforço para diminuir a expansão do gás carbono, apesar de não ter se descoberto ainda um processo menos poluidor de fabricação de baterias. Logo mais, teremos os carros autônomos, e com eles, a possibilidade de menor índice de acidentes nas estradas.

No vasto campo da robótica, o progresso é extraordinário, a partir da implantação no chão de fábricas de robôs que operam na montagem e empilhamento, a par de modernos sistemas de controle de produtos nas lojas. Um grande grupo de varejo brasileiro controla todas as peças das gondolas de suas lojas, de forma que, saindo uma, outra entrará no lugar pouco tempo depois. Na medicina, a varredura no corpo humano permite ao corpo médico saber rapidamente o que está ocorrendo com o paciente. O próprio pode olhar seu relógio e saber de imediato como estão os indicadores gerais de sua saúde. E constatar o complexo vitamínico de seu corpo, com as necessidades. A enfermagem atenderá de maneira virtual.

Na educação, a tutoria virtual estará em pauta, detectando as deficiências de cada aluno. No atendimento aos clientes, de acordo com o blog Brasil Westcon, em curto prazo, a inteligência artificial estará, a semelhança de humanos, marcando consultas no salão de cabeleireiro do bairro. Mas eliminará milhões de empregos – motoristas, radiologistas, avaliadores de seguros. Para onde irão esses contingentes? Os horizontes tecnológicos terão condições de abrigá-los? É o drama que nos espera.

Entremos na pauta de minha análise rotineira: a política. Que impactos ocorrerão na frente da política, onde estão os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário? Serão fortes. A instantaneidade já é característica da atualidade, a denotar a interação de emissores e receptores de mensagens. A transparência plena também será um valor de uma era de cobranças e de maior participação social no processo político. A moral e a ética permearão o foro de debates. Governantes e representantes serão passados a limpo todo tempo. Viveremos em tempos mais abertos, onde minorias subirão ao palanque do discurso político.

Ora, esse repertório sinaliza para constante remoção de quadros considerados desafinados com a orquestra social e a respectiva seleção de perfis comprometidos com demandas sociais e compromissos. Este analista desenha um horizonte menos tenebroso, pintado com as cores da solidariedade e harmonia. Urge acreditar na primeira lei da robótica de Asimov: “um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano seja prejudicado”.

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