Opinião: “é a economia, idiota”

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Vivemos um período de paixões extremas. Ou você está inteiramente entregue ao lado “A” ou ao lado “B”. Um mundo binário perfeito para um brinde da mediocridade. Não se ofenda, por favor: tanto faz para quem vai sua torcida eleitoral. Definitivamente não é sobre política. É sobre os nossos problemas e como a história, por aqui, se repete.

Minha longa introdução é para reafirmar que, para mim, se o Brasil escolher Bolsonaro está okay! Se for Lula, também! A dificuldade do país é bem mais profunda e nenhum nome no tabuleiro reúne condições suficientes para resolver a difícil situação que estamos. Salvo um milagre, viveremos algum tempo esta estagnação. Segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) o padrão de vida por aqui, se nada de novo surgir, permanecerá inalterado nos próximos 40 anos.

Como disse 20 anos atrás James Carville, então estrategista da campanha presidencial de Bill Clinton, “é a economia, idiota!”. Sim, a capacidade de permitir que o cidadão gere mais riqueza é o que move tudo. Se a economia vai bem, o governo vai bem. Em tempos de panelas vazias a rejeição sobe e quem está no poder pode começar a preparar a troca de bastão. Não tem jeito… a história mostra que sempre foi e sempre será assim.

No Brasil, como agravante, produzimos algumas estranhas experiências. Nenhuma das maiores economias possuiu ao longo da história um governante sem um partido político. Por mais inútil que possa ser uma legenda, ela assume uma referência para avaliação de bandeiras e equilíbrio de forças. Também, nenhum outro possui um custo tão alto do dinheiro, uma complexidade como a nossa para arrecadação tributária e uma volatilidade na moeda.

Insisto: não interprete errado, por favor. Acontece que, em uma economia desenvolvida, se o Ministro da Economia declarasse publicamente que o “Banco Central que corra com os juros”, ele, no mínimo, não terminaria o dia no cargo; um presidente de Banco Central que tivesse um áudio divulgado negociando a taxa básica de juros com um banqueiro seria encaminhado para uma prisão. Mas, no Brasil, normalizamos o estrambótico.

Percebe como isso não tem nada de escolher um lado? É mais sobre o nosso bolso e os obstáculos para fazer dinheiro no país. Compreende também que a corrupção, por mais nojenta e sem fim, não interfere tanto em nossos dias como a falta de alternativas para o bom andamento econômico?

O barulho da política atrapalha, verdade. A gritaria da equipe econômica destrói e diminui nossa capacidade de resposta. Sofremos com os dois. Porém, a segunda é a única capaz de fazer a barriga roncar.

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