Opinião: 8 de março

Flores, bombons, homenagens, declarações.
Tudo para mascarar preconceito, machismo e violência.

Um dia em que somos exaltadas, para 364 em que nos ferem, agridem e matam.

O que esperar de uma geração em que um representante do povo, eleito como “conservador”, pega um voo para ir para uma zona de guerra, não para defender uma nação, mas para “pegar” mulheres, que segundo o próprio, são fáceis, porque são pobres.

Difícil pensar em algum motivo para comemorar, num país onde a violência contra a mulher é normalizada e muitas vezes justificada.

“Bateu porque estava com ciúmes.
Matou porque amava demais.”

Basta poucos minutos numa penitenciária para ouvir vários relatos como esses.

Mas não para por aí…
Ser mulher, divorciada, mãe atípica, empreendedora no Brasil, é quase um ato de rebeldia.
E eu me rebelo todo dia.

Inconformada que sou, vou na contramão e encaro os olhares, os murmúrios e faço pouco caso dos comentários que já ouvi.

Neste 08 de março, eu queria ao menos uma folga nos noticiários, não ouvir um caso sequer de violência contra a mulher.

Não ser alvo de piadas machistas, não ter que aguentar assédio e poder andar na rua sem medo.

Eu sei, não vai dar.

Sigo fazendo a minha parte enquanto mãe, educando meus filhos para serem homens melhores, que respeitem e honrem as diferenças, na esperança de dias melhores para todas nós.

Neste 08 de março, eu só quero paz e segurança para seguir em frente.

Os bombons e as flores?
Se vierem acompanhadas de respeito, eu aceito.

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