O que levou o governador Jorginho a escolher Kleinübing para o BRDE?

Fotos: Eduardo Valente/Secom-Reprodução

O assunto da semana em Blumenau foi a indicação e a nomeação de João Paulo Kleinübing (União) para presidir o BRDE, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, um convite pessoal do governador Jorginho Mello (PL), que pegou muita gente de surpresa, gerando muita especulação.

Fora as qualidades técnicas de João Paulo Kleinübing (União) – prefeito de Blumenau duas vezes, deputado estadual, deputado federal, secretário de Saúde, presidente da Celesc e presidente do Badesc -,quais seriam os motivos que levou o governador a fazer esta escolha para um dos cargos de maior remuneração – na casa dos R$ 70 mil mensais –   no Estado?

Na política, nem sempre só as qualidades técnicas determinam escolhas, ainda mais quando envolvem adversários eleitorais. Kleinübing foi o coordenador da campanha de Gean Loureiro (PL) ao Governo na última eleição.

Então seria um agrado ao União Brasil, uma tentativa de aproximação, fortalecer ainda mais a base na Alesc? Pode até ser, mas tem mais coisas no horizonte, um horizonte que parece mirar a eleição de 2024.

Jorginho Mello busca construir para seu PL candidaturas fortes nos maiores colégios eleitorais de Santa Catarina e Blumenau é um deles. Aqui tem o deputado estadual reeleito Ivan Naatz e o empresário Adrian Censi suplente do senador Jorge Seif (PL), mas nenhum dos dois nomes tem, pelo menos neste momento, densidade eleitoral para a disputa a majoritária.

Kleinübing sinaliza para pessoas próximas a disposição de ser novamente candidato em 2024, ele que foi para o segundo turno com o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) em 2020. Poderia juntar o interesse dele ao de Jorginho e a ida para o PL, do ex-presidente Bolsonaro, seria uma opção a ser levada em conta na cidade que conta ainda com um reduto bolsonarista bastante significativo.

Nas especulações que circularam, principalmente na capital, apontava que esta costura política teria também o envolvimento de Mário Hildebrandt, que não procede. O dia de amanhã ninguém sabe, ainda mais na política, mas a articulação não passou pelo prefeito, que até tempos atrás cogitava-se poderia filiar-se ao PL.  Hoje, o compromisso dele é consolidar a candidatura da vice, Maria Regina Soar (PSDB).

Tentei falar com João Paulo Kleinübing, ele não retornou. Falei com uma pessoa próxima a ele, que me disse que o convite do governador foi para assumir o BRDE, não filiar-se ao PL. Se o convite acontecer, avalia-se lá na frente.

Esta pessoa é bem informada, mas como uma outra me disse que apenas Jorginho e Kleinübing sabem o que combinaram. A indicação para um cargo destes tem muitas implicações futuras.

Por outro lado, é preciso lembrar que União, partido de JPK, está em processo de federação com o PP, de Esperidião Amin, e pode ser uma sinalização do governador para esta nova formação que terá força nacional e estadual.

Já o deputado estadual Ivan Naatz destaca que está sendo feito um trabalho para fortalecer o PL em Blumenau, mas não vê a possibilidade de ingresso do ex-prefeito. “João Paulo não tem a cara do PL”, afirmou.

O tempo dirá.

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