Misturando tudo!

Por Suzana Bitencourt

professora da Uniasselvi, Historiadora e Doutora em Educação

Em estudos recentes pesquisadores brasileiros e de outros países apontaram as características de uma escola eficaz. Escolas são locais que motivam a maior parte dos estudantes a aprender, ao mesmo tempo em que mantêm seus professores empenhados em projetos próprios. Para que isso ocorra é necessário atualizar as metodologias de ensino.  Metodologia, via de regra, é a forma que o professor utiliza para fazer com que seus alunos compreendam o conteúdo proposto. Há muitas maneiras de adotar uma metodologia, desde a tradicional, cujo ensino é centrado na figura do professor, até as mais alternativas e inovadoras.

Dentro dessas abordagens ganhou relevo o conceito de metodologia ativa, que sugere aprender ensinando. Pressupõe uma participação ativa no assunto sobre o qual os estudantes e o professor estão trabalhando. Essa proposta, conhecida como metodologia ativa, tem sido uma alternativa aplicada em todas as instâncias educacionais do nosso país, inclusive nas universidades. A proposição amparada por tal abordagem pretende tornar o ensino/aprendizagem mais efetivo.

A influência das tecnologias digitais no ensino a distância, bem como na modalidade presencial, estimulou as instituições educacionais a utilizarem novas metodologias em seus processos, num esforço de superar o modelo tradicional. Essa perspectiva coloca os estudantes e o professor lado a lado, em situação de parceria para o desenvolvimento e assimilação eficaz dos conteúdos.

Não importa se dentro da sala de aula presencial, ou num ambiente on-line, com a utilização das metodologias ativas, os estudantes interagem numa comunicação em rede, trocando conhecimentos e experiências, sempre com a intervenção pontual dos professores, que são os facilitadores das discussões e funcionam como mediadores no sentido de orientar e aprofundar o tema.  

Não há limites para adotar metodologias ativas, a riqueza das fontes presentes no nosso cotidiano contribui com a criatividade dos professores, pois peças teatrais, poemas, cantorias, vídeos e literatura de forma geral podem ser roteirizados pelos estudantes.

Além desta abordagem que desponta na literatura sobre a temática educacional, duas outras propostas ganham adeptos no cenário atual, e motivam o desenvolvimento de pesquisas por parte de especialistas do campo. São eles: o conectivismo e o ensino híbrido.  O conectivismo é, para alguns autores, uma nova teoria educacional e para outros, uma nova geração de EaD. A dualidade ocorre, provavelmente, porque esta proposição não expressa em sua literatura o termo EaD. Seus autores estão preocupados em demonstrar em que medida o desenvolvimento das tecnologias digitais contribui para o estabelecimento de novas maneiras de interação social e, por isso, de aprendizagem. Seu postulado aponta para um novo sentido da aprendizagem, que seria a capacidade de construir conhecimento em rede. Isto é, aprender no mundo contemporâneo insere-se na perspectiva de construir conhecimentos em conexão com outras pessoas.

Já o ensino híbrido, também conhecido como educação blended, que significa misturado, fornece um equilíbrio entre a aprendizagem individual e a aprendizagem em grupo. O componente central é incentivar os estudantes a resolver problemas e acompanharem projetos de pesquisa complexos. O objetivo final das atividades educativas é personificar o ensino, combinando atividades on-line e presencial, pois é através da combinação de atividades on-line e presencial que é possível utilizar e adequar metodologias ativas, concebidas como inovadoras nas tecnologias digitais da informação e da comunicação (TIDC) no currículo escolar.

Importante salientar que tal proposta não pretende invalidar a prática de aulas expositivas ou recursos didáticos tradicionais. A ideia central é misturá-los com outras atividades e ressignificar as metodologias tradicionais.

Estamos convocados a uma reflexão sobre os paradigmas do trabalho docente que atendam às gerações atuais, pois estas estão cercadas pelo novo, mergulhadas em uma contemporaneidade galopante. Aderir, experimentar e vivenciar metodologias ativas permite aprofundar e desenvolver os parâmetros educacionais existentes. Isto anima a ação docente e atualiza o ofício, não deixando de cotejar a autonomia e o protagonismo das gerações de estudantes. Estamos nos preparando para tanto?

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