Fatores genéticos, ambientais e infecções respiratórias são fatores que agravam a asma

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Dia 21, domingo, é  Dia Nacional de Controle da Asma e  a comunicação do Hospital Santa Isabel compartilha informações e dicas da médica pneumologista Caroline Uber Ghisi. Confira:

Fatores ambientais, como variações climáticas bruscas, são fatores que influenciam o surgimento dos sintomas da asma. O clima típico da região, em que os dias amanhecem frios, esquentam bastante próximo ao meio-dia, e voltam a esfriar à noite, oscilando com tempo seco e úmido, podem desencadear o problema. Mas não é somente isso! De acordo com a Dra. Caroline Uber Ghisi, Médica Pneumologista do Corpo Clínico do Hospital Santa Isabel, “a asma também é influenciada por fatores genéticos; assim, pais asmáticos têm chance aumentada de terem filhos asmáticos. Exposição a alergênicos e infecções respiratórias também são fatores que agravam o problema”.

Pós, poeiras, ambientes com mofo, pelos de animais (como os do gato) e produtos de limpeza estão entre conhecidos agentes desencadeadores de crises de asma. Infecções respiratórias, tanto por bactérias quanto por vírus, também são gatilhos para crises. “Cada paciente pode responder de diferentes formas ao estímulo de diferentes alérgenos. Por isso, é crucial manter o ambiente onde se vive limpo e arejado, devendo-se preferir o uso de aspirador de pó e panos úmidos para limpeza (ao invés de vassouras, que “levantam” a poeira), lavar com mais frequência cortinas (preferir o uso de persianas, mais fáceis de limpar), evitar uso de tapetes peludos e usar produtos com menos aroma”, complementa a especialista.

Uma crise de asma pode se agravar a ponto de levar o paciente à óbito! A maioria dos asmáticos responde muito bem a um tratamento adequado de emergência. Mas, em pacientes que não fazem o tratamento da doença de forma regular, a inflamação que acontece nos brônquios ocorre durante uma crise aguda pode ocorrer de forma intensa, severa e irreversível em algumas situações. Por isso, o controle da doença é fundamental! “Manter a rotina de consultas médicas, fazer o tratamento contínuo de forma regular, sempre estar com as medicações inalatórias por perto (inclusive em viagens), fazer o controle dos fatores ambientais, são peças-chave para evitar crises”!

O que é asma e como diferenciá-la de outros problemas de saúde?

A asma é uma doença inflamatória crônica que acomete os brônquios. De forma simples, “brônquios são estruturas semelhantes a pequenos canos, que levam o ar até os pulmões. Na asma, estes canos ficam inflamados do lado de dentro, diminuindo a área para a passagem do ar”, explica a Dra. Caroline. Por este motivo, o paciente apresenta falta de ar, dificuldade para respirar, sensação de cansaço e de opressão no peito, além de chiado. Em algumas situações, o cansaço surge apenas com esforços maiores, como ao realizar atividades físicas ou subir muitos lances de escada. A especialista em Pneumologia alerta: “muitos pacientes deixam de procurar ajuda médica por acharem que este cansaço é normal. Mas, se você sente desconforto respiratório para realizar atividades, é importante uma avaliação médica com um pneumologista”!

Tratamento

Por ser doença crônica, a asma não tem cura, mas tem tratamento. Vale lembrar que quanto melhor for o acompanhamento médico com um bom pneumologista, maiores serão as chances de o paciente seguir de forma regular um tratamento adequado, levando à compensação da doença. “A maioria dos pacientes responde muito bem ao tratamento e consegue ter uma respiração muito próxima do normal. Uma parcela bem menor de pacientes é que precisam de mais medicações e tem asma de difícil controle”, esclarece. Além dos sintomas clássicos respiratórios da asma, é comum que os pacientes apresentem sintomas relacionados a alergias, como rinite alérgica e alergias na pele.

O tratamento da asma muda de acordo com o grau de gravidade da doença e é feito, de forma geral, com medicações inalatórias. “Hoje as opções no mercado são muitas e a escolha dos inalatórios adequados junto com o médico pneumologista é crucial para o sucesso do tratamento”, orienta a Dra. Caroline Uber Ghisi. Existem opções no formato de cápsulas inalatórias, dispositivos com pó inalatório, sprays (conhecidos popularmente como “bombinhas”), dentre outros. Diferentes pacientes com o mesmo grau de gravidade da asma podem não se adaptar a um mesmo dispositivo inalatório e, por isso, é tão importante que cada caso seja avaliado individualmente.

Algumas medicações inalatórias são excelentes para melhorar a crise de asma, mas não controlam a doença nem servem para tratamento contínuo e crônico. Por outro lado, temos medicações inalatórias desenhadas para este fim. Por este motivo, o acompanhamento médico regular é tão importante para o controle da doença.

Existem algumas medicações inalatórias disponíveis no SUS para tratamento da asma. Sempre vale a pena perguntar sobre essas opções ao seu médico pneumologista e se elas são suficientes para o controle da asma no seu caso. “O paciente deve lembrar que o tratamento é personalizado e individualizado: determinado medicamento inalatório que funcionou bem para um asmático pode não funcionar com o outro. As variações nos graus de gravidade da doença e a capacidade de adaptação de cada paciente aos diferentes dispositivos inalatórios interferem muita na resposta ao tratamento”, orienta a Médica Pneumologista!

Como proteger a criança para que ela não tenha crises de asma?

Fazer um adequado controle dos fatores ambientais é crucial! Manter o quarto da criança sempre limpo e arejado, evitar uso de cobertas de lã (preferir edredons, mais fáceis de lavar), evitar bichos de pelúcia (substituí-los por brinquedos de material antialérgico ou que sejam fáceis de limpar e lavar), nas trocas de estação procurar lavar as roupas guardadas do armário e estendê-las ao sol antes de usá-las. Nos dias mais frios, sempre proteger áreas mais sensíveis, como cabeça, pescoço e ouvidos com toucas, cachecóis e protetores auriculares.

As infecções respiratórias também são um fator desencadeador de crises de asma nas crianças! Orientá-las a lavar as mãos com frequência e ensiná-las a lavagem nasal com soro fisiológico sempre que estiverem com secreções em vias aéreas superiores são formas de evitar o surgimento de infecções e a consequente piora das crises de asma.

Existem tratamentos alternativos para o controle da asma?

Existem medidas extras que sempre devem ser lembradas e estimuladas em pacientes asmáticos para a compensação da doença. São elas:

  • Estimular a prática de atividades físicas: quando o paciente já está fazendo o tratamento adequado com suas medicações inalatórias, a atividade física pode ser realizada sem grandes problemas. A prática regular melhora o tônus muscular do paciente, inclusive da musculatura respiratória, melhorando a respiração, além de ter ação anti-inflamatória no organismo (como a asma é uma doença inflamatória, a atividade física é indicada como tratamento);

  • Controle do peso: a obesidade também é uma doença inflamatória! Quando o paciente asmático é obeso, o controle da asma fica mais difícil… A perda de peso com dieta adequada e prática regular de atividades físicas sempre deve ser estimulada!

Fonte: Comunicação HSI

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