Desemprego e pobreza, o país retrocedeu

Aroldo Bernhardt

Professor

 

Um plano denominado “Uma Ponte para o Futuro – Uma proposta para tirar o Brasil da Crise, do então PMDB, com amplo apoio do PSDB, além de outros partidos que se “associaram” ao Temer, afirmava que o referido documento “se destinava a preservar a economia brasileira e tornar viável o seu desenvolvimento, devolvendo ao Estado a capacidade de executar políticas sociais que combatam efetivamente a pobreza e criem oportunidades para todos”.

Assumiram o poder com um impeachment ardiloso e “criativo” e a implantação da tal ponte só aprofundou a crise em todas as dimensões – política, cultural, econômica e social, implicando em grande retrocesso na execução das políticas sociais, além de sérios prejuízos a imagem internacional do país.

A política de congelamento de gastos públicos por 20 anos, a Reforma Trabalhista, a privatização de ativos públicos e estatais, como o pré-sal a preços vis, e a tentativa de reforma da Previdência, que impediria os mais pobres e vulneráveis de se aposentarem com dignidade são os pilares da ponte para o atraso.

Há quem afirme que a recessão econômica começou em 2015, mas ela, de fato, se agravou nos anos seguintes a partir da restrição orçamentária e da extinção de políticas e programas que direta ou indiretamente garantiam proteção social às populações mais vulneráveis, com reflexos negativos também na economia.

Em 2017, 14,83 milhões de brasileiros viviam em situação de extrema pobreza ante 13,34 milhões em 2016, um crescimento de 11,2%. São dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) que mostram que o país voltou 12 anos no tempo, aos números de 2005, com 11,8% do total da população brasileira vivendo nessas condições.

Por isso é estarrecedora a hipocrisia dos partidos sócios dessa empreitada desastrosa que, diante do flagrante repúdio popular ao governo Temer, tentam agora dele se afastar, enquanto se debatem para formar coalizões eleitoreiras para, não só se manterem no poder, bem como para prosseguir na equivocada jornada de inspiração neoliberal.

São um recall da ARENA (que veio da UDN), depois PDS, e daí PP e PFL, mais adiante DEM e também, que o Ulysses me perdoe, o MDB, depois PMDB e agora de novo MDB e por aí afora todos partidos que se renovam apenas na sigla.

Siglas que não escondem que estiveram juntas no golpe de 1964, ocuparam cargos biônicos, sem eleição e agora falam de Democracia e acham que o povo brasileiro é néscio. Estiveram juntos no golpe de 2016, fraudaram a Democracia num impeachment exemplo claro de pós-verdade quando inventaram a pós-pedalada.

Aqui em SC, o governador que esteve o tempo no poder estadual como vice e agora, dedo em riste fala do enorme déficit público do estado e quer que o povo acredite que não tem nada a ver com isso.

Em Blumenau chegam a cortar a ajuda aos moradores de rua, fechando o Centro POP em pleno e rigoroso inverno, demonstrando total insensibilidade humana, fora outras medidas do chamado “austericídio”, que fez prevalecer a dimensão econômica sobre o desenvolvimento humano.

Contudo o povo já dá mostras de que sabe quem é o velho travestido de novo, quem é o lobo em pele de cordeiro e o demonstra com a possibilidade de um inusitado número de intenções de votos brancos e nulos, caso quem representa a esperança fique impedido de participar do pleito de 2018.

É hora da verdade! É hora de inovar!

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