Deputado federal Peninha se posiciona contra impeachment do governador Moisés e da vice Daniela

Foto: Câmara dos Deputados

O deputado federal Rogério Peninha Mendonça, uma das principais lideranças do MDB catarinense e o mais identificado “emedebista” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), emitiu uma nota em defesa do governador Carlos Moisés (PSL) e da vice Daniela Reinerh (sem partido) nos processos de impeachment que correm na Assembleia Legislativa. O apoio chega em boa hora, pois a bancada estadual do MDB tem tudo para ser a fiel da balança nas votações e ainda não tem uma posição clara.

“Respeito a decisão e a autonomia dos legisladores, mas, caso eu fosse deputado estadual, não votaria pelo afastamento do governador”, diz ele, referindo que os processos tem “motivação política”.

Confira o texto do Peninha na íntegra.

Primeiro, porque os dois processos são puramente por motivação política. Pode-se acusar o governador de tudo, menos de desonesto. Tem se mostrado um homem íntegro, seja no decorrer de sua carreira militar, seja no Centro Administrativo. E podemos dizer o mesmo de sua vice Daniela.

Em relação ao aumento dos procuradores, ele nada mais fez do que cumprir decisão judicial – ato referendado pelo Ministério Público e também pelo Tribunal de Contas. A inclusão da vice, então, é uma “forçação de barra” jamais vista na história política de Santa Catarina.

Em relação aos respiradores, é verdade, houve um equívoco na decisão de pagar antecipadamente, mas que aconteceu de forma semelhante em 24 estados da Federação. São o caso de São Paulo, Pará, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e estados do Nordeste. No afã de salvar vidas, houve uma precipitação grande de muitos governos estaduais e municipais. Inclusive empresas privadas, como é o caso da INTELBRAS, também foram lesadas nestas transações.

Outro ponto importante: seria agora, em meio a uma pandemia, o momento adequado para enfrentarmos uma crise política sem precedentes na nossa história? Não vejo mobilização da sociedade catarinense pelo afastamento do governador e da vice.

Respeito a decisão e a autonomia dos legisladores, mas, caso eu fosse deputado estadual, não votaria pelo afastamento do governador. Uso, inclusive, uma lição que aprendi com o ex-governador Luiz Henrique: “Brigue com todo mundo, mas nunca brigue com a tua consciência.” Neste caso, acho difícil que a consciência de qualquer deputado lhe diga que o governador é corrupto e deva ser afastado.

Aliás, a decisão é tão importante, que no caso dos deputados do MDB, deveria ser discutida e compartilhada com a Executiva do partido. Por fim, duvido também que a Justiça referende, caso venha a acontecer, a deliberação política pelo afastamento.

O impeachment é um instrumento que deve ser usado em casos extremos. Banalizar este mecanismo é imprudente e temerário. Um caminho sem volta que precisamos evitar.

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