Conjecturas sobre a saída de Napoleão do PSDB

Foto: arquivo/divulgação

Conversei com Napoleão Bernardes nesta noite de domingo, 17,  quando anunciou sua desfiliação no PSDB depois de 21 anos. Ele não falou nada além do que estava na carta que publicou para a militância e para todos. 

Portanto, o que escrevo abaixo, é tudo fruto do meu acompanhamento e de conversas com três tucanos.

Entre os muitos políticos que conheci ao longo da minha carreira, Napoleão sempre esteve entre os mais idealistas e fiéis, uma fidelidade que começou quando ele tinha 16 anos e filiou-se ao PSDB por escolha própria, de quem sonhava em transformar o mundo pela política.

Depois de bater na trave duas vezes como vereador, elegeu-se em 2008 e aí começava uma trajetória de vitórias, sempre acompanhada de sonhos de voos mais altos. Virou prefeito de Blumenau  e reelegeu-se com ótima votação.

Tornou-se a figura mais reluzente dos tucanos de Santa Catarina e um dos políticos mais promissores do estado.

No começo de 2018, tomou uma decisão arriscada, mas embalada pelos anseios de boa parte das lideranças de Blumenau e do PSDB. Com apenas um ano e quatro meses, deixou a Prefeitura sonhando em ser candidato ao Senado.

Lá pelas tantas, os caciques do PSDB o convenceram a embarcar na candidatura a vice-governador na chapa de Mauro Mariani (MDB), que de favorita, ficou de fora do segundo turno.

Napoleão foi o que mais perdeu entre todos os derrotados em 2018.

Sem mandato, mas ainda com um patrimônio político importante e muita vitalidade, era de esperar que seu partido o colocasse em um lugar de destaque, como a presidência estadual da sigla, cujas eleições ocorrem no começo de maio.

Talvez sonhasse com uma unanimidade interna que não veio. Mesmo com todo o respaldo de boa parte dos filiados, não recebeu o apoio de caciques importantes da sigla para comandar o partido.

O ex-prefeito de Blumenau, apesar da derrota, ainda tem um capital político grande. Ao sair do PSDB, passa a ser uma liderança cobiçada por praticamente todas outros partidos.

Napoleão diz não ter pressa e promete focar nas questões pessoais daqui para frente. Como só pode concorrer em 2022 – a não ser que queira ser candidato a vereador em 2020 -, tem tempo para decidir seu futuro partidário.

E analisar e entender o cenário surgido com a última eleição.

Nesta conjectura despretensiosa, fico pensando o que mais pesou na decisão dele de sair do PSDB.

Uma visão estratégica de futuro? Ou uma mágoa grande?

Confesso que será difícil ver Napoleão em outro partido, mas preciso ir me acostumando.

 

 

4 Comentário

  1. Prezado Alexandre Gonçalves, comento aqui esta parte das tuas “conjecturas”:

    “Ao sair do PSDB, passa a ser uma liderança cobiçada por praticamente todos os outros partidos.”

    Não acredites nisso, Alexandre! Explico-te: para onde quer que o Napoleão Bernardes Neto fosse, SEMPRE teria o gosto de COMIDA REQUENTADA.

    Napoleão Bernardes Neto traiu os seus eleitores.

    Simples assim!

    Alcino Carrancho,
    O Ético Incorruptível

  2. Reflexo de sua ganância politica…
    Cumpra o mandato pelo qual QUIS SE ELEGER…
    Jamais abandone a confiança de seus eleitores…

  3. Que partido iria querer o napozinho, se ele é “sangue azul” do mais puro?

    Sempre teria gosto de “comida requentada”

    Se se aposentar da política, ninguém sentirá a sua falta.

    Traiu os seus eleitores!

    Não esqueceremos isso!

    Jamais!

    Tchau, lindinho!

    Alcino Carrancho,
    El Verdugo Muy Implacable

  4. Partidos politicos sao dirigidos por pessoas , e infelizmente a maioria destas pessoas nao tem dignidade . Mas o Napoleao esta colhendo o que plantou , pois quando concorreu a reeleicao disse que cumpriria seu mandato como prefeito , traiu seus eleitores e tomou do mesmo remedio dos caciques do partido . Assim e bom , experimentou como e ser traido .

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