Brasil estuda adotar 4ª dose para idosos; entenda os motivos

Foto: Galileu

A aplicação de uma segunda dose de reforço, ou quarta dose da vacina contra a Covid-19, começa a ser debatida no Brasil esta semana. Membros da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização Covid-19 (Ctai), criada para avaliar medidas de combate à pandemia no âmbito do Ministério da Saúde, vão abrir a discussão sobre uma possível nova etapa de imunização, atualmente adotada por Chile e Israel.

Idosos com mais de 60 anos em Israel que receberam a quarta dose da vacina de Covid-19 tornaram-se três vezes mais resistentes contra casos graves da doença em comparação a pessoas da mesma faixa etária vacinadas com apenas três doses.

O resultado está em um estudo preliminar divulgado pelo Ministério de Saúde israelense neste domingo (23). A análise indicou ainda que a quarta dose duplicou a proteção contra infecções pelo coronavírus nos idosos.

A pesquisa realizada por várias instituições israelenses, incluindo o centro médico Sheba, comparou dois grupos: o primeiro composto por 400 mil pessoas com mais de 60 anos imunizadas com quatro doses e o segundo de 600 mil idosos vacinados com a terceira dose há pelo menos quatro meses.

O Ministério da Saúde de Israel enfatizou que a metodologia da análise foi semelhante a de artigos anteriores revisados por pares e publicados no jornal científico New England Journal of Medicine. Os dados da nova pesquisa ainda serão atualizados conforme novos dados ficarem disponíveis.

Segundo a agência de notícias Reuters, um outro estudo preliminar do centro médico Sheba indicou que a quarta dose aumenta a quantidade de anticorpos em relação à terceira. Porém, o aumento ainda não é suficiente para prevenir infecções pela variante de preocupação ômicron, considerada altamente transmissível.

Ainda assim, a quarta aplicação é “excelente contra as variantes Alfa e Delta”, segundo conta Gili Regev-Yochay, autora principal do estudo, ao site The Times Of Israel. Ela defende que o mais novo reforço é uma boa ideia para proteger aqueles que correm maior risco, mas que talvez a campanha de vacinação em Israel deva ser alterada para incluir pessoas ainda mais velhas.

Desde o início deste mês, o país do Oriente Médio tem vacinado os idosos com mais de 60 anos com a quarta dose da vacina Pfizer/BioNtech. Com a explosão de casos da ômicron em novembro de 2021, viagens internacionais foram rapidamente restringidas e o rastreamento de casos ficou mais rigoroso.

Jonathan Sterne, professor de estatística médica da Universidade de Bristol, no Reino Unido, observa que há boas evidências quanto à terceira dose da vacina, mas que o mesmo não ainda não se aplica à quarta. “Quartas doses estão sendo feitas principalmente por precaução; temos muito pouca evidência de seu efeito, seja em estudos de função imunológica ou em estudos observacionais de eventos clínicos”, escreve Sterne em artigo publicado no The Lancet Respiratory Medicine no último dia 11 de janeiro.

Fonte: Galileu

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