Acionistas pedem afastamento de Mark Zuckerberg do Facebook

É possível retirar Mark Zuckerberg do conselho de administração do Facebook? Alguns investidores estão tentando fazer isso desde março, após o escândalo Cambridge Analytica. Agora, acionistas notáveis propõem substituir Zuck por um conselheiro independente. É um ato simbólico, porque o CEO possui controle “semelhante a uma ditadura” na empresa.

A proposta de retirar Zuckerberg foi feita pelos fundos de pensão da cidade de Nova York, que detêm quase US$ 1 bilhão em ações da empresa; pelo tesouro público dos estados americanos de Rhode Island, Illinois e Pensilvânia; e pela assessoria de investimento Trillium Asset Management.

“O Facebook desempenha um papel desproporcional em nossa sociedade e economia”, escreve Scott Stringer, auditor dos fundos de pensão de NY, em comunicado. “Eles têm uma responsabilidade social e financeira em serem transparentes. Por isso, exigimos independência e responsabilidade na diretoria.”

A sugestão de trocar Zuckerberg por um conselheiro independente será votada no ano que vem, na reunião de acionistas do Facebook. A chance de ser aprovada é pequena: segundo o Washington Post, apenas 5% das propostas de retirar CEOs do conselho administrativo foram aprovadas nos últimos dez anos.

Além disso, Zuckerberg exerce um enorme controle no Facebook devido à estrutura acionária. Cada ação Classe A conta como um voto nas reuniões de acionistas; enquanto isso, cada ação Classe B garante 10 votos. Zuck e algumas poucas pessoas são donos das ações Classe B; por isso, eles detêm 70% dos votos. Ou seja, nenhuma mudança será aprovada se o CEO não deixar.

Este ano, o CalSTRS (Sistema de Aposentadoria dos Professores do Estado da Califórnia) criticou a estrutura acionária do Facebook. “Por que Zuckerberg precisa de uma estrutura de classe dupla? É porque ele não quer que a governança evolua com o resto de sua empresa? Se assim for, este sonho americano é agora semelhante a uma ditadura.” O fundo detém US$ 650 milhões em ações da empresa.

O Facebook responde que essa estrutura “contribui para a nossa estabilidade e isola o nosso conselho de administração e gestão de pressões de curto prazo, o que lhes permite concentrar na nossa missão e sucesso a longo prazo”.

Com informações: TechCrunch

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*