“Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”

“São informações não oficiais”, “preciso conhecer os termos da delação”, “todas doações de campanha foram legais”, “as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”, “nunca autorizei alguém a fazer pedido de dinheiro em meu nome”,  foram algumas das justificativas apresentadas por boa parte dos políticos citados na delação de um executivo da Odebrecht, vazada estrategicamente neste final de semana.

Também teve o nada a declarar.

Lembrei as respostas de outros protagonistas da classe política num passado recente, a maioria ligada a cúpula do PT.

Os argumentos são iguais, porque eles são iguais. Uma casta de políticos e empresários se apropriou da máquina pública para benefício próprio, seja ele financeiro ou de poder.

Nesta primeira leva da delação dos mais de 70 executivos da principal empreiteira do país, conhecida na íntegra neste sábado, 10, a riqueza de detalhes e a quantidade de “figurões” impressionam.  Todos teriam recebido dinheiro para campanhas eleitorais e/ou fins pessoais,  como estratégia da Odebrecht para ter influência no Governo Federal e Congresso Nacional.

A cúpula do PMDB é o centro das denúncias, com  Michel Temer, ex-presidente do partido, puxando a lista. Outros “companheiros” ministros e ex-ministros, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Romero Jucá, Geddel Vieira, engrossam a denúncia. O presidente do Senado, Renan Calheiros, também é citado.

Mas respinga em outros muitos, de 11 partidos. O impoluto DEM tem gente graúda na lista, como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

O ex-ministro Jaques Wagner e o senador cassado Delcídio Amaral, petista e ex-petista, estão entre os 51 da lista.

Na delação de Claudio Melo Filho, executivo da empreiteira, apenas um tucano graúdo aparece, Arthur Vigílio, prefeito de Manaus e ex-senador.

Em outra delação da Odebrecht, apareceram os nomes de Geraldo Alckimin, José Serra e Aécio Neves.

Em uma terceira, a cúpula do PMDB do Rio de Janeiro e outros, como o ex-governador Antony Garotinho, também estão na linha de frente dos “beneficiados” com repasses financeiros da empreiteira.

É só o começo, a empreiteira ainda tem pelo menos outros 65 executivos que prometem relatar e detalhar um esquema criminoso incrustado na máquina pública, servindo a interesses privados. Entre eles o chefe, Marcelo Odebrecht.

Pela nitroglicerina do conteúdo já revelado,  a República está com um problema ainda mais grave.

Quem sobrará?

Vamos deixar para estes políticos decidirem as propostas de reformas que o “Brasil tanto precisa”?

São muitas as reflexões necessárias e pretendo fazê-las em breve.

O que estava ruim só piora. Precisamos tranquilidade, mas vamos aceitar que os caras que afundaram o país ( sim, não foi só o Governo do PT) definam como?

Pode ser doloroso, mas precisamos fazer uma depuração mais profunda.

Como é notícia do final de semana, segue a música que deu título esta postagem, para dar uma relaxada, se for possível.

https://www.youtube.com/watch?v=8Us9NgW7Z6Y

 

 

4 Comentário

  1. É fácil detectar os nomes das listas, é só ver quem é ou foi presidente, ou Líder de alguma coisa grande no Governo, dai estará pronta a lista, nesses últimos anos, ninguém chegou ao topo sem estar no esquema. E o pior é que a coisa era tao secreta que tem gente que ladeava alguns delatados e nem desconfiava, achava que era por mérito. A limpeza vai ter que ser pesada.

  2. o grande problema é este derrubar os troncos q sao de cerno e muito bem blindados, alguns já estao se desviando, como STF, como vimos na semana passada.

  3. e mais viram o q aconteceu com barboza, vai aconteceu logo com moro.

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