Opinião | Uma luz no fim do túnel para o vírus HIV?

Foto: reprodução

Nesta quarta-feira, dia 27, médicos anunciaram a remissão do vírus HIV em um homem de 66 anos. Isso aconteceu depois dele receber um transplante de células-tronco do sangue contendo uma mutação rara. Segundo os médicos, os transplantes de medula óssea também apresentam risco significativo e têm sido usados ​​apenas em pacientes com HIV que desenvolveram câncer. O caso aconteceu na Califórnia, Estados Unidos.

Isso me fez lembrar de uma oportunidade que tive quando entrevistei um homem que convivia com o vírus há mais de 20 anos. Na época ele me contou que uma simples queda de cabelo e inchaço nos lábios o levou a procurar um clínico geral. Ele acreditava ser uma alergia, mas depois de contar ao médico que teve relações sexuais sem camisinha, foi encaminhado para um infectologista, que de imediato providenciou o teste de HIV. 

Desde então, após descobrir que estava contaminado pelo vírus, ele passou a consumir diariamente três tipos de remédio, além de fazer o acompanhamento semestral. Ele me disse, na época, que queria viver, mas ainda assim tinha vergonha de dizer que tinha o vírus.

Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) apontam que em 2021, haviam mais de 38 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo. Bom, embora a história de remissão já tenha acontecido com o quinto paciente, os cientistas sabem que a mutação para derrotar o vírus é rara, deixando a grande maioria das pessoa sem o tratamento. 

Com essa evolução vindo à tona, é importante lembrar que o HIV não se transmite por suor, saliva, beijo, picada de mosquito, uso coletivo de banheiros, toalha, sabonete, assento de ônibus ou qualquer outro meio que não envolva penetração sexual sem o preservativo, uso de agulhas ou produtos sanguíneos infectados. Conforme sempre alertam os especialistas, a prevenção é importante mesmo com parceiros fixos. O mundo lida com a AIDS há muito tempo, mas o assunto ainda é rodeado por preconceitos e tabus. Isso facilita que mais pessoas sejam contaminadas e não façam os testes por vergonha. Mas afinal, você não iria preferir viver?

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