O sonho de viver bem

*Por Jaime Ramo

Sócio da Habitare Participações

Não se pode negar que a aquisição do imóvel próprio sempre foi o maior sonho da família brasileira. Durante muito tempo, esse desejo permaneceu distante para grande parte da população de baixa renda. Devido ao elevado preço dos imóveis, não havia condições financeiras para realizar o financiamento tradicional, e muitos se tornaram escravos do aluguel. Em 2009, porém, esse quadro mudou. Segundo dados divulgados pelo governo federal, a chegada do programa Minha Casa, Minha Vida beneficiou mais de 10 milhões de pessoas com cerca de 4,2 milhões de unidades contratadas em apenas sete anos. A previsão é de que até o fim de 2018 sejam 6,75 milhões de moradias contratadas e mais de 27 milhões de pessoas beneficiadas.

Nesse cenário, a iniciativa privada ganhou um novo papel: o de facilitadora. Através do estreitamento de laços com o poder público, empresas do ramo da construção civil puderam, também, apostar no Minha Casa, Minha Vida para ajudar a realizar o sonho de inúmeras famílias. Essa união de esforços, com foco na qualidade de vida e na melhoria das condições sociais do cidadão, é o que tem contribuído para valorizar os imóveis erguidos através do programa habitacional. Se antes eles eram vistos como empreendimentos simplórios e pouco funcionais, agora ultrapassam o conceito da moradia meramente acessível.

Hoje, é importante entender a realidade das famílias. É necessário agregar áreas de lazer e espaços de convivência. O projeto arquitetônico também precisa de atenção especial, para proporcionar ao morador um ambiente agradável e pensado para oferecer momentos prazerosos. Indo ao encontro da demanda do mercado, percebe-se que, cada vez mais, as pessoas buscam um apartamento ou casa que não pese no orçamento, mas ao mesmo tempo atenda às expectativas em relação ao conforto. Os atributos precisam corresponder às particularidades do mercado como um todo, e não condenar o Minha Casa, Minha Vida ao estereótipo do programa que preza pelo preço baixo, mas peca na qualidade.

Por fim, entende-se que a recuperação econômica do Brasil tem tudo para acarretar uma melhora na confiança do consumidor no longo prazo, que se sentirá mais seguro em fechar negócio. Assim, a queda da inflação e a perspectiva de redução da taxa básica de juros nos próximos meses também trazem benefícios para as construtoras atreladas ao plano Minha Casa, Minha Vida. Para inovar e aproveitar o bom momento que se aproxima, é essencial oferecer opções atrativas e que dialoguem com o desejo das famílias.

Morar já não é suficiente — o sonho é viver bem.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*