Proposta sobre nova sede da Câmara precisa de muito debate

Foto: Divulgação Câmara Vereadores

Sobre a possibilidade da Câmara Municipal ter uma sede própria e fugir do aluguel, proposta pelo presidente Mário Hildebrandt (PSD, com um pé no PSB). Entendo a proposta como oportuna, mas que precisa ser debatida e muito. Não pode, em hipótese alguma, ficar restrita à mesa diretora e algumas comissões.

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Nesta terça-feira, dia 29, encerra o prazo proposto pelo edital para que proprietários e donos de imobiliárias apresentem imóveis dentro das características solicitadas. O presidente deve esticar esse prazo, assim espero. Existe uma pressa, para aproveitar as sobras anuais que o Legislativo devolve sempre para a Prefeitura, mas essa necessidade não pode atropelar o debate, que deve ser feito entre todos os parlamentares e a sociedade.

Os argumentos de Mário Hildebrandt são os da economia. Afinal pagar aluguel, hoje no valor de R$ 54 mil mensais,  é sempre ver o dinheiro sumir a cada mês. Concordo também, afinal gastar quase R$ 700 mil todo ano sem constituir um patrimônio não é bom para ninguém. Agora entendo como fundamental promover um debate mais aprofundado sobre o tema, com mais tempo para a oferta de imóveis e para buscar um consenso se comprar um imóvel usado é o melhor modelo e se o momento é este.

Para o presidente, o processo terá a tramitação necessária. Depois da apresentação das propostas, uma comissão interna de servidores da Câmara fará a avaliação, passando para uma comissão da Prefeitura, para depois a CAIXA dar seu veredito e só aí bater o martelo.

Alguns parlamentares,  entre eles Roberto Tribess (PMDB), a bancada do PT e em especial Ivan Naatz, do PDT, não concordam com esta pressa toda, cobram mais debate sobre o tema. Também concordo, afinal estamos falando de um investimento que pode chegar até R$ 9 milhões ou mais, a ser pago nesta, na próxima e talvez em outras Legislatura, além de todo o valor já investido no atual espaço.

A informação que circula muito nos bastidores e tem sido repercutida pelo Ivan Naatz é de que o foco do edital seria o prédio onde funcionou uma moradia provisória e depois a sede da Secretaria de Assistência Social na gestão de João Paulo Kleinübing (PSD), na época comandada por Mário Hildebrandt. Está localizado no começo do Garcia. Conversei sobre isso com Hildebrandt, que considera o local apropriado, mas me disse que torce para não ser esse o selecionado, para evitar especulações. Eu também espero.

Todos os dias assistimos o dinheiro público indo para o ralo ou para outros fins menos nobres. Os gestores precisam ter responsabilidade e ser prudente é o que esperamos deles. E a memória é um importante aliado.

Em 2007 a Câmara, na época dirigida por José Luis Gaspar Clerici ( PMDB), recebeu em doação da Prefeitura um terreno no bairro da Velha. Um projeto arquitetônico chegou a ser feito na época, mas não consegui checar os valores pagos. Dinheiro nosso jogado fora.

Em 2012, depois da eleição e faltando menos de dois meses para acabar o mandato, o então presidente Jovino Cardoso Neto (então no DEM, hoje no PMDB) decidiu pelo aluguel no apagar das luzes, sem debate. Apesar de muitos, como eu, entender a necessidade do Legislativo ter um espaço independente, fora da Prefeitura, ficaram muitas e muitas dúvidas se foi feito um bom negócio.

A pressa da atual Mesa Diretora pode gerar as mesmas dúvidas. Estamos falando de dinheiro público, dinheiro meu, seu e de todos. Então por que do afogadilho?

1 Comentário

  1. Muito preocupante essa repentina preocupação em comprar um imóvel para a instalação da Câmara de Blumenau, acho que esse assunto terá que ser levado para um debate com a população, tudo que é feito as pressas no meio político deixa muitas dúvidas e coisas obscuras pelo caminho.

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