Entidades ligadas a jornalistas e imprensa emitem nota de apoio a colegas agredidos na capital

Imagem: reprodução NSC

As principais entidades profissionais e patronais de SC se manifestaram frente a agressão sofrida por uma equipe de profissionais da NSC TV neste fim de semana, na capital, durante a cobertura do movimento na praia em tempos de pandemia.

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Sindicato Jornalistas SC e FENAJ

Em tempos de pandemia, e de incentivo a práticas agressivas e discursos de ódio, a ignorância tenta subjugar o direito à informação. O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC)  e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) manifestam solidariedade e apoio à repórter Bárbara Barbosa e ao repórter cinematográfico Renato Soder, que foram vítimas de agressões por parte de 3 pessoas na Praia do Campeche, em Florianópolis, na manhã desta segunda-feira (02/11/2020).

Os profissionais estavam trabalhando, produzindo uma reportagem para o Grupo NSC sobre o movimento nas praias em um momento no qual é crescente o número de casos do coronavírus na capital catarinense, quando foram interpelados por pessoas que estavam na praia sem máscaras e não queriam ser filmadas.

Os dois homens autores destes atos insanos agarraram os profissionais, arranharam os braços da repórter, tentaram dar tapas para derrubar seu aparelho celular e ameaçaram quebrar a câmera utilizada pelo repórter cinematográfico.

A terceira envolvida, uma mulher identificada como professora, arrancou o aparelho celular das mãos da repórter e tentou escondê-lo. Depois, recuou, mas bradou em tom autoritário: “vou te devolver, mas tu não filma”.

As imagens disponíveis no YouTube falam por si. Não se configurou, nas imagens captadas pelos profissionais, a violação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, mas sim o registro, em ambiente público, uma praia, de pessoas desrespeitando todas as normas municipais e estaduais de prevenção individual e coletiva à contaminação pelo novo coronavirus.

Mais que isso, os responsáveis por estes atos cometeram os crimes de agressão, impedimento ao trabalho dos profissionais, cerceamento à liberdade de imprensa e atentado ao Estado Democrático de Direito.

Tão absurdas quanto as agressões físicas e verbais foram as manifestações de diversos outros populares – a maioria sem máscaras – apoiando as atitudes dos agressores.

Bárbara e Renato registraram Boletim de Ocorrência na 6ª Delegacia de Polícia de Florianópolis.

O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina coloca sua Assessoria Jurídica à disposição dos colegas e exige das autoridades de segurança pública medidas para identificar e criminalizar os agressores.

ACAERT

A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão – ACAERT considera inaceitável que banhistas que desrespeitavam as medidas isolamento social e combate à COVID-19 na praia do Campeche, em  Florianópolis, atuem com violência para tentar impedir o trabalho de jornalistas que registravam a cena neste feriado.

Segundo a matéria da NSCTV veiculada nesta segunda-feira (02/11) no Jornal do Almoço, um grupo de populares se aproximou da equipe de reportagem de forma intimidatória contra a repórter Bárbara Barbosa e o repórter cinematográfico Renato Soder, ameaçando quebrar o equipamento de filmagem e tomando o celular das mãos da jornalista, que ficou com marcas da agressão nos pulsos.

A ACAERT lembra que qualquer tipo de intimidação ou constrangimento ao trabalho de equipes de reportagem em sua missão de informar a população configura um atentado contra a liberdade de imprensa, principalmente
neste momento de pandemia. Desta forma, pedimos que as autoridades identifiquem e punam exemplarmente os responsáveis pela agressão, destacando que qualquer tentativa de cercear os meios de comunicação são, também, um crime contra a democracia.

Associação Nacional de Jornais

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) lamenta as agressões sofridas hoje por profissionais de jornalismo da NSC TV, na Praia do Campeche, em Florianópolis. Foi uma atitude covarde, autoritária, intolerante e que demonstra falta de compreensão do papel dos jornalistas na sociedade.

Além das agressões verbais e físicas, condenáveis em qualquer situação, o que houve foi também uma tentativa de impedir que a verdade chegue ao conhecimento dos cidadãos. Portanto, se trata de um ataque ao direito das pessoas de serem livremente informadas.

A ANJ espera que os agressores sejam identificados e encaminhados à Justiça, para que sejam punidos nos termos da lei.

Associação Catarinense de Imprensa

A Associação Catarinense de Imprensa se solidariza com os profissionais e repudia a covarde agressão sofrida por uma equipe da NSC TV na manhã deste feriado. A equipe produzia reportagem sobre o movimento nas praias da Capital catarinense em meio ao crescimento do número de casos do coronavírus, quando foi abordada e cercada por populares que estavam na praia.

Muito além de solidariedade, porém, a entidade manifesta preocupação com a crescente onda de violência contra jornalistas e contra o jornalismo. Segundo a Federação Nacional de Jornalistas, o número de agressões aos profissionais de imprensa saltou de 135 em 2018 para 208 casos em 2019. São muitas vezes agressões verbais, tentativas de desqualificação do trabalho e intimidação física e verbal, que em vários casos vêm culminando com agressões físicas.

Os ataques aos jornalistas e ao jornalismo ferem a democracia e tem consequências imprevisíveis para as liberdades de todos. Ainda que os fatos relatados contrariem convicções, é inaceitável que sejam feridos princípios básicos de urbanidade e civilidade, ao ponto de profissionais serem cercados e agredidos simplesmente por estarem trabalhando.

Tentar calar a imprensa é atitude irresponsável e perigosa de pessoas que flertam com o autoritarismo sem ao menos entender as implicações históricas de tal atitude. Espera-se que os agressores sejam devidamente identificados e exemplarmente punidos, na forma da lei.

 

 

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