Entidades de Blumenau formalizam carta ao prefeito pedindo suspensão da tarifa de esgoto

Foto: divulgação

O Conselho das Entidades de Blumenau enviou ao prefeito Egídio Ferrari (PL) nesta quarta-feira carta assinada pelas entidades ACIB, AMPE, CDL, OAB e SOMAR onde manifesta o descontentamento com o aumento na tarifa de esgoto de 15,9 %, aplicado desde o mês de abril, e os rumos que o tema saneamento básico tomou na cidade.

Na carta, os representantes da sociedade civil fazem os seguinte pedidos: Suspensão imediata dos efeitos da revisão tarifária extraordinária e do 5º Termo Aditivo, até que haja revisão do Plano Municipal de Saneamento, adequação da legislação local e realização de consulta pública ampla; Abertura de diálogo institucional com as entidades representativas da sociedade civil e do setor produtivo, a fim de discutir os rumos da concessão e a viabilidade do modelo adotado; Encaminhamento formal do tema ao Conselho Municipal de Saneamento Básico, com reativação efetiva de suas funções deliberativas e fiscalizadoras; e Constituição de grupo técnico e institucional, com participação do Município, SAMAE, da AGIR, da OAB, de entidades empresariais e da sociedade civil, com vistas à reavaliação das cláusulas contratuais e à construção de soluções sustentáveis e juridicamente seguras para a política de saneamento de Blumenau.

A carta tem como embasamento o parecer técnico elaborado pela OAB-Blumenau que pede a revisão tarifária extraordinária do contrato de concessão de esgotamento sanitário de Blumenau – Contrato n.017/2010. O documento tem oito páginas e destaca dentre outros pontos que: “A Comissão destaca, desde logo, que não é possível realizar uma avaliação técnica aprofundada sobre o percentual de reequilíbrio aprovado (10,72%), tendo em vista a complexidade dos cálculos, a metodologia de fluxo de caixa marginal utilizada e a ausência de auditoria externa ou planilhas detalhadas publicadas pela AGIR. A aferição da adequação do índice depende de análise técnico-contábil específica, com apoio em ferramentas de simulação financeira que extrapolam o escopo deste parecer.”

Em abril, o diretor da AGIR, Paulo Costa, esteve na ACIB e explicou que o aumento aplicado foi dividido em dois – 5,2% referente à inflação do período de março de 2024 a fevereiro de 2025, com base no IPCA, e 10,72% considerado um desequilíbrio financeiro do contrato. Na ocasião, a presidente da ACIB, Christiane Buerger, mostrou descontentamento com o tema e informou que as entidades “não iriam aceitar essa situação sem se manifestar publicamente”.

Na carta, as entidades lembram que a cobertura da rede de esgoto não chegou a 50%, mesmo depois de 15 anos de concessão. “De quem é essa inadimplência?”, cobra o texto, afirmando que se paga muito pelo serviço.

Também questionam a forma que os recentes reajustes foram concedidos. “Na prática, ao que nos parece, o aumento foi avaliado e decidido em petit comité”, afirmam.

“Enfim, Senhor Prefeito, o assunto, por extremamente relevante que é para a nossa cidade, não pode
receber esses encaminhamentos. De um lado, paga-se caríssimo por um serviço. Porém, de outro, o
dito serviço, quando avaliado no seu todo, deixa muito a desejar, principalmente no seu propósito
final, que é o adequado e correto tratamento do esgoto, para todo o município de Blumenau (100%), e não apenas para 60%. Não bastasse isso, por si só já mais do que suficiente para uma ampla reavaliação da situação, tem-se ainda que recordar o seguinte fato: se o descumprimento é da Municipalidade/Samae, por que os munícipes e empresas terão que pagar novamente a conta?”, finaliza o documento encaminhado ao prefeito Egidio Ferrari.

 

Leia a carta

Leia o Parecer

Fonte: Acib

2 Comentário

  1. Opa! Entidades tendo que pedir para o prefeito tirar do colo o aumento absurdamente imoral em tempos de vacas magras para o cidadão de bem. Parabéns aos bravos homens desta cidade. Ainda há esperança, eu acho.

  2. Não são todos os munícipes que estão pagando esta conta. São somente aqueles que foram OBRIGADOS a readequar suas ligações, pagando caro para empresas especializadas neste assunto que surgiram após este contrato. E os outros moradores de Blumenau, que não possuem a ligação, não vão dividir esse ônus ????

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