Curso de Farmácia da Furb cria blog para alertar sobre automedicação

Foto: divulgação

Professores e aluno do curso de Farmácia da Universidade de Blumenau (FURB) disponibilizaram um canal online para tirar dúvidas da população sobre o uso de medicamentos no geral, mas especialmente em caso de sintomas do novo coronavírus (COVID19), e alertar a comunidade sobre os riscos da automedicação. Trata-se do site www.nime.com.br, do Núcleo de Informações sobre Medicamentos (NIME).

“Criamos o blog durante um projeto de extensão, com a intenção de informar sobre a política nacional de medicamentos e o uso racional de remédios. Agora estamos intensificando as postagens por conta da pandemia de COVID19, trazendo sempre novidades sobre as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tirando dúvidas sobre o uso do medicamento neste período. Basta acessar a aba de contato e deixar a sua dúvida sobre medicamentos”, informou o responsável pelo projeto, professor Luiz Henrique Costa.

As perguntas mais frequentes dizem respeito a continuidade do uso de medicação controlada durante a quarentena, quais remédios são indicados para quem tem sintoma do coronavírus e quais aqueles que devem ser evitados. Não há limite para o número de pergunta; de acordo com informações dos responsáveis, todas serão respondidas. As informações são isentas e com base em fontes oficiais e acadêmicas, sempre assinada pelo professor e acadêmicos.

Além disso, um medicamento tem chamado a atenção das pessoas e gerado uma série de questionamentos: a cloroquina. Isto porque, utilizada para tratar malária, lúpus e artrite, está sendo cogitada como possível para tratamento de pacientes em estado grave que têm COVID19.

“Nesse momento se desenvolve uma grande pesquisa internacional coordenada pela OMS, com a participação da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), do Ministério da Saúde, situada no Rio de Janeiro, Brasil. Já postamos um material sobre o tema e colocaremos mais informações nos próximos dias”, ressaltou Costa.

O canal também se propõe a uma grande responsabilidade de social de alertar as pessoas quanto à automedicação. De acordo com dados de uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), de 2019, este é um hábito comum a 77% dos brasileiros, sendo que 47% se automedica ao menos uma vez por mês e 25% todos os dias ou toda semana.

“É muito grave isso, as pessoas usam muito antiinflamatório, antitérmico, um conjunto de especialidades farmacêutica sem prescrição; medicamentos pra dor, que tem efeitos importantes e que podem ser negativos sobre órgãos e sistemas do corpo humano”, enfatizou Costa. De maneira geral, o medicamento deve ser usado a partir de um diagnóstico, a partir de uma avaliação médica e da equipe de saúde, normalmente acompanhado de uma prescrição médica ou de uma prescrição farmacêutica, desde que tenha especialização clínica.

Ainda segundo Costa, em um momento como este, em que um surto virótico atinge boa parte do planeta, a automedicação pode ser ainda mais perigosa: “estamos caminhando para o pico de contaminação, para uma situação epidêmica ainda mais forte, com elevação do número de casos. Se a pessoa estiver contaminada, mas sem sintomas, alguns remédios podem ser um risco grande para a saúde”.

O professor finalizou lembrando que “quem tem prescrição médica, deve continuar seu tratamento”, mas alertou, “tenham cuidado com a administração de outras substâncias e interações medicamentosas. Nós estamos à disposição, através do site, para orientar”.

Luiz Henrique Costa é professor das disciplinas de Saúde Comunitária, Deontologia e Legislação Farmacêutica, Bioética, Estágio na Atenção Primária de Saúde e de Ética do curso de Farmácia e do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da FURB. Já foi Consultor Nacional da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/BRA/OMS), de 2009 a 2011, para política de medicamentos.

Também atuou como Coordenador Geral de Medicamentos Estratégicos do DAF/SCTIE do Ministério da Saúde, de 2011 a 2016, responsável pela gestão dos medicamentos voltados a doenças transmissíveis, infecciosas e parasitárias no MS, a exemplo da produção de Cloroquina pela Farmanguinhos/FIOCRUZ para a Malária e outras aplicações, dentre mais de uma centena de medicamentos.

Outras informações presente no site do NIME

Na aba “medicamentos” o blog tem material sobre remédios genéricos, Farmácia Popular, sobre a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), sobre a Relação Municipal de Medicamentos de Blumenau (RENUME) e sobre o MEDSUS, aplicativo do Ministério da Saúde.

Fonte: Furb

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