Coreia do Sul desenvolverá pesquisa com universidade catarinense a partir de planta nativa do Brasil

Foto: reprodução

Doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer, ainda sem cura, estão na lista de pesquisadores no mundo todo. A busca incessante por tratamentos de doenças como esta, estão na gênese das Universidades Comunitárias e, em Santa Catarina, ganhou protagonismo nesta semana. A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) aprovou no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) um projeto de pesquisa internacional para o desenvolvimento de produtos medicinais a partir de Guanandi (Calophyllum brasiliense). O estudo terá a colaboração da pesquisadora So-Young Park da Dankook University, da Coreia do Sul.

O Guanandi é uma árvore nativa do Brasil com folhas popularmente utilizadas para o tratamento de dor, inflamação, entre outras patologias. Nove pesquisadores do curso de Farmácia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas estarão envolvidos no Brasil desenvolvendo a otimização dos métodos de extração, técnicas de concentração, padronização de materiais e aquisição de dados de segurança. Na Coreia do Sul, a equipe irá investigar se o Guanandi tem efeitos sobre doenças causadas por inflamação, como Doenças Inflamatórias Intestinais, Mal de Alzheimer e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.

De acordo com o reitor da Univali e coordenador do projeto, professor Valdir Cechinel Filho, o estudo será realizado por meio de experimentos in vitro e terá sua funcionalidade validada por experimentos in vivo com animais. “Nossos resultados anteriores confirmaram que o extrato obtido das folhas de Guanandi exibe pronunciados efeitos anti-inflamatórios em diferentes modelos experimentais, relacionados a alguns princípios ativos como flavonoides, por exemplo. No entanto, há uma falta de estudos que comprovem as aplicações da planta e a pesquisa visa estabelecer bases para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos ou suplementos”, explica.

O estudo irá receber cerca de R$ 350.000,00 para custeio e bolsas de pesquisa. Além do professor Valdir Cechinel Filho e da pesquisadora sul-coreana So-Young Park, o grupo é formado pelos pesquisadores Guilherme Moreschi Gerhardt, José Roberto Santin, Larissa Benvenutti, Luiz Carlos Klein Júnior, Nara Lins Meira Quintão, Otto Mauricio Santos Gerlach, Rivaldo Niero e Ruth Meri Lucinda da Silva.

“O desenvolvimento de novos produtos medicinais é sempre um grande desafio, por isso estamos muito felizes com a aprovação deste projeto no CNPq. A investigação científica busca validar o uso popular e a potencialidade da planta no tratamento de muitas doenças e conseguir este recurso para viabilizar o estudo é uma grande conquista de toda a equipe da Univali. A Coreia do Sul é um grande expoente em pesquisa de ponta com viés de inovação e estamos com grandes expectativas para o desenvolvimento deste trabalho colaborativo”, complementa Cechinel.

Fonte: Acafe

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