
Uma semana depois de uma assembleia geral dos servidores públicos municipais de Blumenau sobre o assunto, quando ficou claro que a proposta não era bem vista pela categoria, principal interessada, a Prefeitura fez valer sua força na Câmara Municipal nesta quinta-feira, durante votação dos projetos que dizem respeito a mudanças no Issblu.
Apesar da sinalização de que estaria disposta a debater, a administração Egidio Ferrari (PL) fez valer o regime urgente-urgentíssimo, que o prefeito prometeu usar de forma moderada, quando necessário.
Entendeu que era. E patrolou.
O Sintraseb, sindicato dos servidores públicos municipais, foi pego de surpresa, mas chegou a tempo de marcar posição e fazer barulho. Mas sem conseguir evitar que os projetos da administração municipal fossem aprovados.
Curiosamente, o pedido de urgente-urgentíssimo foi feito pelo vereador Almir Vieira (PP), o que diz muito sobre a consolidação de uma base governista ampla, depois de um período de troca de farpas. Apenas os dois vereadores do PT, Adriano Pereira e Jean Volpato, o professor Gilson (União) e a vereadora Cristiane Loureiro (Podemos), firmaram posição por um lado, o dos servidores.
Já escrevemos algumas vezes sobre o projeto. Em resumo, ele previa adequações, pelo Issblu, de adequações às leis federais, mas com um jabuti embutido, a eleição para o comando do instituto, prevista para este ano.
Houve uma concessão feita pela Prefeitura. Uma emenda, proposta por Bruno Cunha (Cidadania), foi aprovada e ajustou uma questão relacionada aos educadores. Pela proposta original, apenas os que atuavam na secretaria de Educação se enquadrariam, não contando aqueles que trabalham em outras áreas, como Paradesporto, Família e Esporte.
Uma outra emenda apresentada, de autoria de Jean Volpato (PT), tentava evitar que a escolha do novo presidente do Issblu seja uma indicação do prefeito. Sempre foi uma eleição direta do Conselho de Administração. A emenda foi rejeitada.
O fato é que a administração Egidio Ferrari se antecipa a um problema futuro e busca ganhar no tapetão, mudando a lei com a bola em jogo.
Neste ano, tem eleição para o ISSBLU e quem escolhe são os atuais membros do Conselho de Administração, que assumiram em 2021, depois da posse do atual presidente Carlos Schramm. Pela contabilidade pré-eleitoral, a balança pende para uma votação apertada, mas suficiente para garantir a eleição de um nome ligado aos servidores e não ao Executivo.
O Conselho é composto por nove servidores, três indicados pela Prefeitura, um pela FURB, um pelo Sintraseb e um pelo SINSEPES. Outros três são eleitos através do voto direto, dois servidores da ativa e um aposentado.
O presidente, de qualquer órgão, é quem determina o ritmo das pautas.
A sessão desta quinta-feira teve muitas nuances. O Informe Blumenau espera dar conta de algumas em outras postagens.
A mim parece que o prefeito mostrou fragilidade. Precisou usar de um expediente autoritário para evitar trabalhar com um diretor presidente eleito. Se tivesse força, encararia e administraria. Preferiu patrolar; típico de quem é inseguro para lidar com as adversidades.