ACIB posiciona-se contra fundo para campanhas eleitorais

A proposta está na pauta do Congresso Nacional e tem tudo para avançar. É criar um ” Fundo Especial de Financiamento da Democracia”, no caso R$ 3,6 bilhões do caixa do  Governo Federal.

Chega a ser um escárnio para a sociedade brasileira, que fez coro para tirar a presidente Dilma Roussef (PT), mas cala-se submissa ao acontecimentos atuais, no mínimo, tão graves como os que tiraram o PT do poder.

O financiamento público de campanha é um debate importante, mas noutro contexto e, principalmente, em valores infinitamente menores.

A ACIB usa como exemplo para cobrar, a demora na duplicação dos quatro primeiros trechos da BR 470 para cobrar dos políticos, naquele tom peculiar ao atual presidente, Avelino Lombardi.

“Destinar essa montanha de dinheiro para campanha política é um acinte, um deboche, um tapa na cara da população, que pouco recebe em retribuição à elevada carga tributária que suporta. A classe política, com raras exceções, está completamente em dissintonia da realidade brasileira”, aponta o documento assinado pelo presidente da ACIB.

Leia abaixo o manifesto da ACIB na íntegra:

Blumenau, 18 de agosto de 2017

Exmo. Sr.

Deputado Federal/Senador

Brasília/DF

Ref.: Reforma Política – FUNDO PARTIDÁRIO

Senhor Deputado/Senador,

Com nossas cordiais saudações, dirigimo-nos a Vossa Excelência para nos posicionar sobre importante tema atualmente em debate no Congresso Nacional, bem assim solicitar seu posicionamento a respeito.

É notória a grave crise econômica, política e social pela qual passa nosso País. São mais de 14 milhões de desempregados, um PIB com crescimento baixíssimo, um astronômico rombo nas contas públicas e uma classe política desacreditada e desprestigiada, para citar só alguns exemplos. E os entes públicos (principalmente executivo e legislativo), ao invés de fazer sua parte, cortando para valer suas despesas e desperdícios, ainda promovem aumento de tributos, como se viu recentemente sobre os combustíveis. Ou seja, mais uma vez a conta é transferida para a população pagar.

Nesse panorama desalentador, a classe empresarial e a população como um todo acompanham, estarrecidos, o desenrolar dos debates, no Congresso Nacional, da reforma política, nos termos propostos.

Lamentavelmente, a reforma que ora se discute não resolve os graves problemas de representação política. É um arremedo, feito sob medida, segundo os meios de comunicação têm divulgado, para facilitar a reeleição dos atuais ocupantes de cargo público.

Não bastasse isso, ainda se tenciona a instituição de um absurdo fundo de recursos públicos, sob o pomposo e enganoso nome Fundo Especial de Financiamento da Democracia, com valor de R$ 3,6 bilhões advindo diretamente do orçamento da União. Ou seja, dos tributos que nós, o povo brasileiro, paga.

Destinar essa montanha de dinheiro para campanha política é um acinte, um deboche, um tapa na cara da população, que pouco recebe em retribuição à elevada carga tributária que suporta. A classe política, com raras exceções, está completamente em dissintonia da realidade brasileira.

Veja o caso da duplicação da BR-470 (aqui no vale do Itajaí, para citar apenas um exemplo). A obra, se é que se pode chamar assim, evolui a passos lentíssimos, sequer iniciada em alguns trechos, e as desapropriações acham-se completamente paralisadas. E a justificativa sempre é a mesma: falta de dinheiro. Ora, se falta dinheiro para uma obra tão vital (e assim deve ocorrer em inúmeras outras Brasil afora), por que destinar R$ 3,6 bilhões, de dinheiro proveniente dos tributos que o povo paga, para custear campanha política? Não faz sentido algum isso. É um despropósito total!

A signatária, que representa o segmento empresarial de Blumenau, consigna sua total e irrestrita contrariedade à criação deste Fundo, bem assim com a utilização de dinheiro dos tributos para financiar e/ou realizar campanhas políticas. O dinheiro que o povo é obrigado a entregar ao Estado, em forma de tributos, deve ser empregado, unicamente, na promoção do bem comum. Custear campanha política, embora sejamos democratas convictos, certamente não é isso.

Ao invés do Congresso Nacional se ocupar com uma discussão estéril, para a sociedade brasileira, com um arremedo de reforma política, deveria imediatamente iniciar um debate sério e consistente para tirar o Brasil dessa grave crise institucional e política em que se encontra, colocando na pauta e na ordem do dia reformas estruturantes e duradouras, como são imprescindíveis a da previdência, a tributária, a do pacto federativo e uma verdadeira reforma política.

Deste modo, SOLICITA-SE a Vossa Excelência que reflita a respeito, atente-se para a grave realidade pela qual passa o Brasil e se posicione CONTRARIAMENTE à instituição desse fundo, bem como rejeite, em quaisquer circunstâncias, a utilização de recursos públicos (dinheiro que o povo paga em forma de tributos) para fins de financiar campanhas eleitorais.

Despedimo-nos com protesto de estima e consideração, certos de que teremos em Sua Excelência um importante aliado para a causa aqui levantada.

Cordialmente,

Avelino Lombardi

Presidente

2 Comentário

  1. Prezados Alexandre Gonçalves e Avelino Lombardi:

    Creio ser de Khalil Gibran a frase “A Simplicidade é o Último Degrau da Sabedoria”.

    Há uma forma por demais simples de se depurar a classe política: não se perpetuar o erro votando-se nos mesmos partidos políticos que tão bem nos representaram, ops!, que tão bem nos enganaram.

    Particularmente, em 2018 não votarei em nenhum político que faça parte dos quadros dos três ou quatro principais partidos.

    Esta ação, sendo multiplicada, será altamente pedagógica para os que tiverem sido defenestrados e para os outros que os sucederem.

    Citarei Napoleão Bernardes e Dalírio Beber, para mim, políticos decadentes e degenerados.

    “Decadentes”, bem entendido, se a eles não se der mais voto.

    “Degenerados”, bem entendido, também, se se confirmar que estão envolvidos até ao pescoço com as tramas e tramoias de uma tal de Odebrecht.

    Viajando pelas estradas do Brasil nos deparamos com esta frase: “Na Dúvida, Não Ultrapasse”.

    Usá-la-ei para mim neste sentido:

    Na dúvida, não votarei!

    Boa sorte Brasil!

    Boa sorte aos nossos filhos e netos!

    Alcino Carrancho

    (O Ex-coxinha Ingênuo)

  2. Isto e uma vergonha …..Acompanho o que o leitor Alcino proclama, não votar em nenhum politico atual, desde vereador a presidente …independente do partido.

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*