Esta postagem não tem juízo de valor. É apenas uma constatação jornalística. Mas, na sua segunda experiência com mandato em Blumenau, na Câmara Municipal, a postura dos dois vereadores do Novo é outra na atual Legislatura em relação à anterior.
Começando por uma questão menor, mas emblemática. A posição dos representantes da sigla sobre as moções. Foi um dos primeiros embates do então único vereador do Novo em 2021, Emmanuel dos Santos, o Tuca. E seguiu quando Diego Nasato assumiu em 2023, depois da cassação de Egídio Beckhauser (Republicanos) por conta de problemas na chapa do seu partido.
Durante uma sessão em agosto de 2023, o assunto dominou a pauta do Legislativo e Diego Nasato fez o embate.
“A gente está dando moção de louvor por aniversário de casamento, para patota de time de futebol, e esse mesmo instrumento é o que a gente dá para uma autoridade médica, que salvou uma vida (…) Esse não pode ser um instrumento meramente político, que vá agradar um futuro cabo eleitoral. Infelizmente, é isso que a gente tem visto na maioria dos casos”, finalizou Nasato.
Na última semana, hoje como vice-presidente do Legislativo, Diego Nasato votou a favor da moção de louvor para a deputada federal Júlia Zanatta (PL), proposta pelo colega Flávio Linhares (PL).
“Essa moção não tem qualquer apelo ou cunho negativo, não haveria motivo para votar de modo contrário. A justificativa apresentada pelo autor é ok. Levar adiante um símbolo da nossa cultura e tradição. Não tem tanta importância para um lado ou outro. Uma moção ok, sem carregar quaisquer viés”, argumentou Nasato ao Informe.
Seu colega, Bruno Win, se absteve. Votou a favor de outra moção, para a vice-presidente da OAB Blumenau, Maria Teresinha Erbs, mas nesta de Júlia Zanata não. Ele afirmou que vai analisar caso a caso, mas não votará favorável à moção para homenagear político.
Outra mudança importante está na ocupação de espaços políticos. Peça decisiva na articulação que garantiu a chapa vitoriosa para a Mesa Diretora, o Novo indicou três cargos na estrutura da Câmara, entre eles, uma diretoria, um dos postos mais cobiçados.
Em 2021, apesar de ter um papel importante na eleição da mesa comandada então por Egídio Beckhauser, o partido não ocupou espaços normalmente direcionados aos aliados da Mesa Diretora vitoriosa.
E foi contrário à criação do quarto cargo para cada vereador, definido na legislatura passada. Seguem com esta postura, os dois vereadores têm três assessores cada, além dos estagiários.
E outra mudança de atitude está na postura em relação à abertura de uma CPI. Os dois vereadores do Novo não assinaram o requerimento protocolado pelos colegas petistas Jean Volpato e Adriano Pereira para investigar os contratos referentes à merenda escolar, o atual e o da gestão passada.
Na legislatura passada, os vereadores do Novo, em especial Tuca, lideraram e respaldaram os pedidos de CPI que surgiram e cobraram tantas outras investigações. No segundo semestre, o ex-vereador do Novo focou sua fiscalização na educação municipal, com várias denúncias pipocando.
De forma articulada, os dois vereadores do Novo reproduziram uma mesma nota oficial.
“O Partido NOVO tem compromisso inegociável com a transparência, o combate à corrupção e o respeito ao dinheiro do pagador de impostos. Defendemos investigações sérias e responsáveis, por isso damos amplo apoio às apurações que já estão em andamento sobre a merenda escolar. No entanto, optamos por não assinar a CPI da Merenda pelos seguintes motivos:
1️⃣ A CPI não traz nenhum fato novo – O Ministério Público já está investigando o caso, e o próprio Regimento Interno da Câmara estabelece que uma CPI deve encaminhar suas conclusões ao MP. Como o órgão competente já está atuando, abrir uma CPI sem novos elementos seria apenas um desperdício de tempo e recursos.
2️⃣ CPI sem objetividade vira palanque político – Sem um fato novo e sem foco técnico, essa CPI se tornaria um espetáculo midiático, sem efetividade real. Um exemplo disso? A imprensa noticiou a intenção de abertura da CPI no dia 12/02/2025, mas o requerimento oficial só foi protocolado em 13/02/2025. Ou seja, a manchete veio antes do pedido formal. Isso demonstra a real intenção por trás dessa movimentação.
O NOVO trabalha com seriedade, respeita o dinheiro do cidadão e não compactua com jogadas políticas que apenas geram manchetes, mas não resolvem problemas. Seguiremos acompanhando e cobrando providências dentro dos caminhos corretos e eficazes.”
Além da mensagem oficial, o que acontece é uma aproximação do Novo com a administração Egidio Ferrari (PL). Foram adversários na última eleição, quando Odair Tramontin fez enfrentamentos pesados, mas agora a realidade é outra. Em todas as manifestações que ouvimos, há indicativos de boa vontade com o novo governo, inclusive com uma visão voltada para a eleição municipal de 2028.
Sim, o Governo mudou, mas saiu um do PL e entrou um do PL. Na verdade, nenhum era PL até pouco antes da campanha eleitoral. Boa parte do grupo político anterior segue na atual administração, com ajustes e troca de figuras.
Enfim, percebe-se um Novo mais pragmático e adaptado à realidade da política representativa, quando se tem mandato.
Quem quiser relembrar, seguem alguns exemplos de posturas dos vereadores do Novo na Legislatura passada.
Debate sobre moções de louvor esquenta os ânimos na Câmara de Vereadores de Blumenau
Debate sobre moções de louvor esquenta os ânimos na Câmara de Blumenau





A CPI proposta pelos vereadores do PT é para palanque político, já que o Ministério público já esta investigando o caso , seria dinheiro e tempo gasto a toa . Quanto as moções , os vereadores do novo precisam agir igual para todas, moção para elogiar político é algo que não se deve aprovar , já que se aprovam , amanhã pode vir uma moção para algum político de PT , como vão votar ?
Queremos saber dos vereadores como esta o caso da roçada (SAMAE) , foi protocolado uma CPI que nunca saiu do papel , esta sim deveria ser implantada, ja que o fato foi trazido a tona pela polícia Civil .
Que tal acionarem o MP para investigar estes e outros casos? Os senhores são representantes do povo e tem esta prerrogativa e obrigação. Infelizmente o que temos presenciado em Blumenau é que temos aqui um espelho de Brasília onde o Executivo e Legislativo se fundem e na maioria esmagadora das vezes nunca é com foco no interesse da população, do município, do Estado e do País. Já se vão algumas legislaturas vergonhosas em Blumenau e isto a história registrará e já registrou e aos filhos e netos destes terão a verdadeira noção do que foram seus ancestrais e suas vergonhas registradas na história de Blumenau assim como já temos de muitos políticos e suas passagens vergonhosas e que desperdiçaram a oportunidade ofertado pelos eleitores nas urnas.